Fresca? Não! Bem criada.

Colunistas

26
ago

A experiência de ir a um Grammy

Imagina seu telefone tocar, você atender e, de forma totalmente inesperada, ser convidada para o evento anual mais importante para a indústria musical? Parece sonho, pegadinha, trote, sei lá! Mas aconteceu comigo! Fui convidada para o Grammy! Isso só poderia ser algo do destino. Sabe quando você está ali, na hora e lugar certos? Quase caí para trás quando, naquela ligação, perguntaram se eu tinha interesse em viajar para Los Angeles e assistir ao Grammy. Sério, minha reação foi de total ceticismo e não tinha como ser diferente, pois na minha cabeça esse tipo de evento faria parte daqueles totalmente exclusivos, impenetráveis aos simples mundo dos mortais, que permitem o acesso somente para as verdadeiras celebridades. Pensei, como assim interesse? Interesse é o de menos…rs. O que eu tenho que fazer? Fala logoooo!!!

Foi assim que, em janeiro de 2014, eu e minha mãe viajamos para Los Angeles, cidade mundialmente famosa por receber dois mega eventos relacionados ao cinema e à música, o Oscar e o Grammy. Tivemos a alegria inesquecível de participar desse mega show e, ainda hoje, ao nos lembrarmos desse dia parece que tudo foi um sonho. Afinal de contas, quando nós chegaríamos de limousine (!) em uma das festas mais disputadas do mundo e esperadas do ano? Tivemos a oportunidade de ficar bem próximas de várias estrelas da música e do cinema! Sem contar que, em uma só noite, assitimos aos shows de Beyoncé e Jay-Z (a melhor abertura de todos os Grammys ever!), Pink (dançando em pleno ar pendurada por cordas), Katy Perry (fabulosa), Madonna (sempre divaaaa), Daft Punk, Lorde, Pharrell Williams, Paul McCartney, Imagine Dragons, Metallica, Taylor Swift, entre tantos outros! Isso sim é UM SHOW!

Aí, você pensa: “mas quem foi que te ligou e te convidou para o Grammy? Fala logo, vai!”. E é justamente sobre isso e muito mais que vou contar neste post! Você ficará sabendo de tudo, quem nos convidou, como é participar desse sonho, e como fazer para ir ao Grammy sem ter que esperar a vida inteira por essa ligação! Então, quem nos ligou e convidou para ir até Los Angeles e assistir ao Grammy foi o MasterCard Black. Até hoje não sei bem o motivo disso. Mas, eles nos descobriram, foram com a nossa cara, sei lá, e nos convidaram. Brincadeiras à parte, creio que tenha sido porque no ano anterior eu e minha mãe tínhamos viajado bastante para o exterior. Talvez tenham pensado que teríamos o perfil certo para aquele convite. Vou te falar uma coisa: acertaram em cheio!

O convite era ainda mais especial porque abrangia uma série de mimos! Hospedagem impecável no Mondrian, hotel super descolado localizado na Sunset Boulevard, uma ida ao salão para penteado e make completa, convite vip para a pré-recepção all inclusive no chiquetésimo JW Marriott, e convite very very VIP para assistir ao Grammy no camarote exclusivo do MasterBlack, com comida e bebida liberadas. Vai me dizer que não parece um sonho?! Essa, sem dúvida, é uma experiência priceless proporcionada pelo MasterBlack.

Assim que chegamos no Mondrian, fomos muito bem recepcionadas pela competente equipe de profissionais do MasterBlack. Todas as orientações foram passadas e colocaram-se totalmente à disposição para quaisquer dúvidas a respeito não apenas do evento, mas de Los Angeles mesmo, desde restaurantes a bate-voltas para Malibu e Santa Mônica, por exemplo.

E se a vida em LA já é naturalmente agitada, imagine durante o período do Grammy! Los Angeles ferve! Para você ter uma ideia, no dia seguinte a nossa chegada no hotel, tentamos alugar um carro e simplesmente não conseguimos. Não estávamos fazendo questão nem mesmo de GPS, mas não rolou. Só conseguimos o carro para os dias que sucederam o evento. A cidade estava lotada e todos pareciam estar em festa!

No dia do esperado evento, foram agendados horários em dois salões de beleza localizados na Sunset Boulevard: o Drybar, especializado em penteados, e o Blushington, somente para make! Nunca vi isso no Brasil e achei a ideia bem diferente porque são dois salões que ficam um do ladinho do outro e cada um tem sua especialidade.

Mas não estávamos ali por acaso. A atenciosa equipe do MasterBlack pensa em cada detalhe! As luluzinhas foram separadas em dois grupos. Enquanto uma parte da mulherada estava cuidando das madeixas, a outra estava fazendo a make. Isso, sem dúvida, otimizava nosso tempo. Sem falar que o Mondrian está a cinco minutinhos a pé do Drybar e do Blushington. Foi muito divertido ver a mulherada caminhando pela rua até chegar ao local da nossa produção. Era um clima super alegre!grammy1 grammy3 grammy4 grammy5 grammy6 grammy7Olha essa sala de espera do Blushington que coisa mais fofa!grammy8Em Los Angeles a gente vê de tudo! Ainda de manhã, por volta das 10hs, a cidade já estava  respirando Grammy! Dá uma olhadinha nesse casal pra lá de animado que estava desde festejando no salão mesmo!!grammy9Produção pronta, voltamos para o hotel e colocamos as mãos em um dos convites mais disputados do mundo!!!! Logo em seguida, a equipe do MasterBlack veio nos buscar de limousine!!!grammy10 grammy11 grammy12E, assim, fomos para uma recepção exclusiva para os convidados no JW Marriott. Inacreditável, né? Era tudo muito perfeito!grammy13 grammy14A recepção foi muito legal! Estava tudo super bem organizado, tinha música ao vivo, bebida e comida de primeira à vontade! Olha essa mesinha de doces que charme.grammy16 grammy17 grammy18 grammy19Após a recepção no JW Marriott, fomos caminhando para a Arena Staples Center, local onde é realizado o Grammy, bem ali do ladinho. Vou confessar que essa rápida caminhada não foi tão confortável assim, pois embora a distância fosse pequena estávamos de salto altíssimo (à altura do tapete vermelho) claro!grammy20Olha a gente aí, circulando pelo concorrido e movimentado Red Carpet! Revendo essas fotos fico até sem acreditar que estivemos mesmo lá, sabia? Continua parecendo um sonho!
grammy22Para sentir um pouquinho de como é o clima durante o Grammy e andar no famoso tapete vermelho, clica no vídeo abaixo!

Dentro da Arena, já estava lotado quando chegamos. As filas para os camarotes eram enormes.  O coração batia rápido tamanha era a ansiedade para o começo do show. Claro que gostaria de sentar na primeira fila (quem não? rs), mas o camarote para os convidados do MasterBlack era bem localizado! Aliás, ficar no camarote tem lá suas vantagens! Ao longo do show, foram servidas comidinhas e bebidas diversas, além do jantar. Na foto abaixo dá para ter uma ideia da visão que tínhamos do palco.grammy23Logo na entrada minha mãe deu de cara com o Ringo Starr, dos Beatles! Deveria ter registrado mais o momento, mas estávamos curtindo taaaaanto que nem me preocupava com vídeos e fotos!!! De todo modo, separei dois vídeos curtinhos de alguns dos momentos mais emocionantes do Grammy de 2014, na minha opinião. Assim, perdoe-me pela qualidade do vídeo…filmei pelo celular!

O primeiro mostra a apresentação belíssima da Pink. Gente, o que era aquilo? Ela voava pendurada em cordas e passava tão próxima dos convidados que alguns deles chegaram a dar um empurrãozinho nela. Sinceramente? Nem sei se isso fazia parte do script ou não!

O segundo vídeo tinha que ser dela, a diva Madonna! Dizem que Madonna era a escolhida para fazer a abertura do Grammy, mas como tinha machucado o pé escolheram a Beyonce para substitui-la. Só que mesmo  lesionada e de bengala (!) Madonna arrasou demais e fechou o evento com chave de ouro! Quem assistiu, sabe que no final do show Macklemore e Ryan Lewis cantaram “Same Love”. Assim que a canção terminou, Queen Latifah apareceu e começou a declarar o matrimônio de 34 casais que entravam na Arena! Enquanto Latifah anunciava – legalmente – o casamento das 68 pessoas ali presentes, surgiu Madonna cantando uma nova versão, acústica, de “Open Your Heart”. Foi super emocionante!

Essa experiência totalmente priceless foi proporcionada pelo cartão de crédito Mastercard (faço questão de falar porque sem esse convite jamais teríamos ido). Gente, vocês não fazem noção de como foi sensacional! Vimos os melhores shows das nossas vidas.grammy24Pensa em uma pessoa que gostaria muito de ir ao Grammy de novo! A experiência proporcionada pelo MasterBlack foi, sem dúvida alguma, priceless! Por conta dessa minha enorme vontade de assistir novamente ao show e até mesmo para compartilhar com você essa oportunidade, comecei a pesquisar na internet “como comprar ingressos para o Grammy”. O que descobri foi o seguinte. Se você tem qualquer relação com a música (músico, professor de música, etc.) pode se tornar um membro da The Recording Academy  e isso o tornará elegível para adquirir o ingresso. Se esse não é o seu caso, tem que ficar de olho em concursos realizados por parceiros do Grammy. Além disso, você pode correr o risco de comprar nas mãos do “velho e bom” cambista.

Agora, vamos falar sobre a hospedagem! Ficamos em dois hotéis. Vocês devem estar pensando: como assim? rs. Pode parecer estranho, mas o fato é que o nosso primeiro hotel, o Mondrian, não tinha vaga para todos os dias que passaríamos na cidade. E era nele que rolavam umas festas tipo esquenta para o Grammy, entende? Super badalado, o Mondrian fica no coração de West Hollywood, muito bem localizado. O restaurante é excelente, serve um café da manhã delicioso, em um ambiente super descolado.grammy25O quarto era amplo, confortável, e cuidadosamente bem decorado, em um estilo clean e moderno. Altamente recomendada a hospedagem lá. Fique atento apenas para o andar do quarto, pois as diversas festinhas podem atrapalhar seu sono. Nós ficamos em um andar alto, de modo que não houve esse problema. O ruim mesmo foi não ter os convites para as festas e ver tudo do quarto…rs.

Mas, brincadeiras à parte, vi alguns poucos hóspedes reclamando do barulho, então não custa pedir um quarto localizado em um andar mais alto.

Depois do Mondrian, ficamos hospedadas no The Westin Bonaventure Hotel, que tem uma arquitetura mega diferente e moderna. Trata-se de um hotel bem localizado para aqueles que pretendem ficar em Downtown. As duas fotos abaixo foram retiradas do próprio site do hotel.grammy26 grammy27O hotel é enorme, tem elevadores panorâmicos e um restaurante giratório que proporcionam vistas lindas da cidade. Além disso, é super conhecido por lá, pois foi cenário de diversos filmes. Ah, também conta com uma locadora de carros dentro do próprio hotel, o que é muito útil e prático!

Enfim, tivemos uma  experiência pra lá de priceless em Los Angeles! Espero que tenham gostado!

Bianca Cobucci é defensora Pública, Mestre em Políticas Públicas e coordenadora do Projeto Falando Direito; Autora do blog Teoria da Viagem. Escreve sobre os direitos do consumidor relacionados à viagem e turismo, bem como sobre os países e lugares que já que visitou.

19
ago

Teoria da Luz

Olá leitores do Anita Bem Criada, foi com muita honra que eu recebi o convite da Anita para contribuir no seu novo site e aqui estou para, primeiramente, me apresentar!

Sou Roberto Benatti , fotógrafo, músico e videmaker ,tenho 30 anos e uma filha.

Irei compartilhar com vocês muito do meu olhar, das minhas idéias, técnicas que podem ajudar no dia a dia e muito mais. Mas,  para esse post, como qualquer estreia, precisa ser algo especial. Assim como a Anita me escolheu para fazer parte de um momento especial para o  blog, tanto no especial de 5 anos do Anita Bem Criada quanto para fazer parte desse projeto, eu também a escolhi para, juntos, tirar um projeto da gaveta que eu guardo com muito carinho, chamado “Teoria da Luz”.

Desde que a profissão de fotógrafo se tornou uma atividade integral na minha vida eu vivo uma busca de algo que me inspira, como aqueles trabalhos que fazem a gente querer correr para chegar e ver o que fez.

Atualmente estou empunhado do meu equipamento quase todos os dias, e sou muito grato e feliz, porém 98% dos meus clicks são a trabalho ou para alguma demanda, quando não reservamos nó mínimo um tempo para nós mesmos, seja o que quer que você faça, o estresse começa a bater na sua porta. Por isso vou contar uma pequena história para vocês:

Em 2013, após abandonar uma carreira de 10 anos em TI (Tecnologia da Informação) decidi que iria pelo menos uma vez na vida me dar a chance de viver fazendo o que gosto. Quebrei meu cofrinho (pra ser mais sincero, todo o dinheiro do meu acerto) e parti rumo aos EUA. De lá,  trouxe o tão sonhado equipamento de fotografia.

Chegando em casa, com todas as possibilidades que aquela câmera poderia me dar, uma das que mais me deixava e ainda deixa impressionado era a possibilidade de fazer fotos, arte e principalmente pintar com a luz usando a técnica da Longa Exposição.

Longa Exposição: É a técnica onde ajustamos o tempo com que a cortina do obturador estará aberta para expor o sensor (ou filme para os mais velhinhos) a captar a luz.

Um bom exemplo disso são aquelas fotos com rastros ou “borradas”. Sim, todas as vezes que você faz uma foto e sai borrada é porque a câmera entendeu que com aquele ambiente, para se ter uma exposição correta, o sensor deve permitir a “escrita da luz” por um tempo maior, então tudo que for luz será escrito naquele frame, ou seja, na sua fotografia.

A fotografia para mim sempre foi uma forma de me expressar, seja de forma documental, artística, fotografar um detalhe, momentos ou simplesmente mostrando o meu ponto de vista.

Foi quando lá em 2013 chegando em casa dessa viagem eu tive a ideia de fotografar um brinquedo que trouxe para o meu afilhado que girava suas luzes e usando essa técnica de Longa Exposição, o resultado foi o seguinte:1Desse dia em diante isso nunca mais saiu da minha cabeça, e eu percebi que poderia explorar várias formas e formatos de luz que nem podemos imaginar, estava tudo em minhas mãos. Acredito que se nossos olhos pudessem ser foto sensíveis a ponto de enxergar moléculas de luz nós entraríamos em um êxtase inenarrável!

Por isso decidi ir em busca de tipos e formas que nos desse essa sensação de toque, sensibilidade, poder ver o que não conseguimos…Mas eu precisava começar minha carreira pra já, pois, como todo brasileiro guerreiro e trabalhador, não podia me dar o luxo de iniciar um projeto totalmente artístico, afinal não é todo o dia que se começa do 0, depois dos 25 anos e tendo uma filha de 5 anos, então vieram os trabalhos com casamentos, moda, eventos, revistas e tanto outros… E isso isso foi engavetado.

Há pouco mais de um ano, a Renata (minha namorada) me mostrou o trabalho do fotógrafo e artista visual canadense Eric Paré, que tinha tudo a ver comigo e com o que eu buscava com a luz. O projeto se chama  “Light painter” (pintor de luz). Fui atrás da fonte, e tentei por duas vezes participar dos Workshops de Eric, mas as datas nunca coincidiram com as minhas viagens para a América ou Canadá.

Mas Eric, como todo canadense, sempre foi um gentleman e muito acessível. Contei minha história e ele não só teve o carinho de me ensinar a técnica como me incluiu no seu grupo de estudos com seus alunos do mundo inteiro.
Mesmo com um esboço já em minha mente desde que comecei a minha trajetória com a câmera nas mãos, não posso deixar de creditar àquele que me ensinou a técnica, me inspirou e me fez ter coragem para dar vida ao meu projeto.

Aí nasceu a “Teoria da Luz”, um projeto que defende que existem formas de luz que nós ainda não concebemos, não conseguimos tocar, mas com a fotografia podemos ver. E esse é o milagre da fotografia, da inspiração e da Teoria da Luz que eu trago e lanço com exclusividade. Esse lançamento estava programado para Maio, mas eu fiz questão de esperar para lançar por aqui pois como já disse, precisava ser especial.

Digo sempre aos meus alunos, amigos e colegas de trabalho que vale a pena se inspirar em trabalhos que te cativam, desde que busque assumir a sua forma de se expressar, afinal somos seres únicos e inspirados pela vida dos nossos antepassados e do próximo também.

Aqui, aos poucos vou forjando minha identidade usando as técnicas do meu mentor. Hoje eu trouxe alguns experimentos e levei a Renata (que embarcou nessa comigo) para a Região da Pampulha.2 3 4 56 78910 1112 13 14 15 16Todas as fotos inspiradas nas técnicas de Eric Paré. 

FotosRoberto Benatti -Todos os direitos Resevados

Instagram: @teoriadaluz |E-mail: contato@robertobenatti.com.br

Aguardem os próximos!

Roberto Benatti é fotógrafo Profissional especializado em fotojornalismo, moda, casamentos e still. Certificado pela CanonCollege Brasil e Canon Live Learning em San Francisco, com diversos trabalhos publicados em jornais, revistas, capas de revistas, especiais, sites e blogs. Também é Videomaker, Músico e agora colunista. Considera impagável ter a liberdade como estilo de vida e não gostava de viajar até sair do país pela primeira vez.

14
ago

Sobre as pessoas que eu queria ser

Quando eu era criança (aliás, quando qualquer um de nós erámos crianças), a pergunta mais frequente era: o que você vai ser quando crescer? Para esta pergunta, eu sempre tive duas ou quatro alternativas (e a resposta continua meio imprecisa na minha cabeça até hoje…)

Depois, já adolescente, houve uma época em que a moda era o “cadernos de perguntas”, que funcionavam mais ou menos da seguinte forma: em cada página a gente escrevia uma pergunta (a primeira sendo, invariavelmente, qual é o seu nome?) e as pessoas iam preenchendo as respostas. Via de regra, havia sempre uma pergunta que eu considerava a mais difícil de todas: “se você não fosse você, quem você gostaria de ser?”.

Eu gosto de filosofar. Em jantares com as amigas ou dentro da minha cabeça mesmo. Ultimamente, por circunstâncias que depois eu conto, tenho tido tempo e, com tempo, caraminholas brotam – para o bem e para o mal – na minha cuca. Mas responder que eu gostaria de ser outra pessoa, é uma coisa tão difícil, né? Por que, se eu não fosse eu, será que alguém gostaria de ser eu, no meu lugar?  Porque, vaidosamente, eu gostaria de que o mundo tivesse a Laura nele.

Num mundo muito digitalizado e invasivo, em que temos (ou acreditamos ter) bastante acesso à vida dos outros, fica fácil admirar e “querer ser” outra pessoa. Porém, a verdade é que nunca sabemos o que viria neste pacote completo. Não é o caso de, como no filme “E se eu fosse você”, trocar de corpo e ir parar num corpo estranho, preservando sua alma, personalidade, trejeitos e sonhos. Seria o caso de ser inteiramente outra pessoa, com todas as facilidades que isso implica, mas também com todas as dificuldades que a gente não consegue saber por completo, pra colocar na equação. Ai você pensa: mas nem a Gisele Bündchen? Não, nem a Gisele. Sei lá como é a sogra dela! Se a ex do Tom Brady ou as babás infernizam a vida… se ser uber model incomoda, se ter sempre mil paparazzi na porta de casa é um problema.

Outra possibilidade é se encantar pela obra de alguém e pensar que queria ser a pessoa. Eu sou apaixonada pela Clarice Lispector, acho que ela criou uma obra literária linda, poética, éterea, consistente… Queria ser ela? De jeito nenhum! Clarice teve uma vida super difícil (leiam a biografia, é ótima!), mas, sobretudo, a vida DELA.

No meu pacote, vem uma família maravilhosa, um marido que eu amo demais, amigos que eu acho incríveis e que estão sempre comigo e que, apesar de todos os defeitos, eu amo com todo meu coração… Trocaria o meu pacote pelo de outra pessoa? Nem de olhos fechados, nem de olhos bem abertos, nem se me fosse dada uma degustação de 30 dias.

Vivi momentos difíceis? Sim! Preferiria que eles não tivessem acontecido? Não. Sou a soma dos momentos que vivi, dos livros que li, das conversas que tive, dos desafios que enfrentei, das batalhas que perdi, das guerras que ganhei. Eu e todo mundo, na verdade.

Não que eu não queira melhorar. Sim, eu gostaria de não ter celulites, ser mais magra, mais paciente. Gostaria de não ser tão impulsiva, de não falar tudo o que vem na minha cabeça, de não passar mal quando bebo, de ser mais disciplinada, focada, estudiosa. Gostaria de ser mais vaidosa, mais econômica, mais leve, menos crítica, mas estes são os meus desafios, e eu espero ainda ter muito tempo de vida para aprimorar estes pontos. A idade (não sou tão velha, nem tão nova) nos dá algumas perspectivas: não vou poder ser bailarina profissional, nem astronauta, mas posso ser muitas coisas ainda, viver muitas experiências, conquistas e sonhos.

Entretanto, somando e subtraindo, é muito feliz saber que eu não me trocaria por ninguém. E você? Se pudesse ser outra pessoa, quem você seria?

Laura Henriques, mais de 30 anos, leitora por paixão e sonhadora por diversão. Escreve o que está inundando seus pensamentos, transbordando sentimentos.

12
ago

Un’ Altra Volta de casa nova

Nesses dias mais frescos que estão fazendo em BH, nada melhor do que comer uma massa quentinha e degustar um bom vinho! Principalmente se a massa for artesanal e feita com carinho. Essa é a proposta do novo Un´altra Volta, no Sion.

IMG-20160809-WA0055Com mais de 10 anos de tradição, ele mudou de casa, mas continua na mesma rua e no mesmo quarteirão, mantendo a qualidade dos seus deliciosos pratos. Além da casa nova, também traz outras novidades e fomos até lá para conferir.

Nas noites de sexta a casa conta com um saxofonista o que deixa o jantar mais descontraído. Nos sábados durante o dia é servida uma deliciosa paella de frutos do mar até as 17 horas e durante a noite a casa recebe uma pianista muito boa.

Agora vamos ao que interessa. De entrada pedimos a tábua de frios que vem com presunto parma, queijos, salames, mortadelas e um maravilhoso mel trufado. A burrata ao Pesto é também uma ótima pedida e os camarões flambados na vodka são bem servidos e deliciosos!IMG-20160809-WA0039IMG-20160809-WA0042IMG-20160809-WA0041Como pratos principais sem dúvida a massa fresca é a marca do restaurante. Pedimos o capeletti de carne feito na manteiga com sálvia e o fettuccine de espinafre com iscas de filé ao molho gorgonzola. Os carnívoros não foram esquecidos, uma boa dica para quem gosta de carne é o tornedor de filé com risoto de fungui ou as costeletas de cordeiro com gnocchi (Gnocchi Cistino).IMG-20160809-WA0040IMG-20160809-WA0043Para fechar com chave de ouro, pedimos como sobremesa a pana cotta e o tiramisu, ambos estavam excelentes!IMG-20160809-WA0038jantar com Anita bem criada 20-07-62 copy 1A nova casa fica na Rua Grão Mogol, 627, no Bairro Sion em Belo Horizonte e funciona durante o jantar de terça a sábado e durante o almoço de sexta a domingo.

Renata Lemes Martins cozinha, corta, costura, cola, monta, desmonta e inventa! Psicóloga, curiosa, falante e agora colunista.

10
ago

5 Mulheres Que Fizeram História Na Moda E Você Nem Sabia

Se existe protagonismo no universo da moda, sem dúvidas ele é da mulher. Os primeiros indícios de um desejo de consumo em torno do vestuário apontam para o feminino como alvo.

Estilistas, revistas da área, comerciais de grandes marcas, todos sempre investiram em um público majoritariamente formado por mulheres. Porém, ao longo da história, nós não nos contivemos apenas com o papel de consumidoras e decidimos fazer parte da porcentagem que produz, cria e transgride.

Desde as figuras femininas mais icônicas como Chanel, que apresentou a mulher o minimalismo em peças do vestuário masculino, até as irmãs Kardashians, que por mais polêmicas que sejam, trouxeram ao mundo da moda um novo corpo, empoderado e cheio de curvas, todas possuem um importante ponto em comum: a representatividade dentro e fora do universo fashion.

E foi pensando nessa tal palavrinha de sentido tão forte (representatividade: ainda vamos falar muito disso por aqui), que abri espaço para apresentar outras mulheres, que ao longo da história da moda também deixaram marcas importantes, nos tiraram do lugar comum, e inovaram:

Amelia Bloomer (1818 – 1894)Ms-Bloomer Ms. Bloomer ficou conhecida por propor a calça como parte do vestuário feminino, em busca de um maior conforto numa época em que os esportes passaram a ser também uma atividade para as mulheres. O traje que leva o nome da criadora baseava-se em calças largas que eram presas na altura dos tornozelos e usadas por baixo dos vestidos, proporcionando uma melhor mobilidade para quem a usasse. Infelizmente o traje pouco se popularizou na época, devido as críticas feitas pela imprensa, mas a iniciativa de se questionar o conforto feminino ajudou milhares de mulheres que na época viviam entre espartilhos apertados e trajes incômodos. Ms. Bloomer foi provavelmente uma das primeiras feministas da história.

Madeleine Vionnet (1876 – 1975)VionnetCom uma paixão por geometria a estilista francesa desenvolveu os mais inovadores cortes e as mais intrigantes modelagens da história. Suas roupas, famosas por serem de difícil compreensão na hora de vestir, eram construídas a partir do corpo feminino. Madeleine foi uma das primeiras mulheres a acreditar que a roupa deveria se adequar ao corpo de quem a vestisse e não o contrário e isso se resultava em vestidos fluidos e com caimentos que beiravam a perfeição. Além de sua grande importância relacionada ao físico feminino, a estilista também foi ícone quanto a garantia dos direitos de suas funcionárias. Foi uma das primeiras artistas a garantir benefícios sociais ás suas colaboradoras como férias remuneradas, pausas curtas e apoio em casos de emergência.

Grace Jones (1948)Grace-JonesEla pode não estar diretamente ligada ao universo das passarelas, porém Grace Jones lançou tendências marcantes para a década de oitenta. A cantora jamaicana de timbre grave se tornou musa de artistas como Andy Warhol e Jean Paul Goude ao propor um estilo andrógeno marcante. Jones foi a precursora do movimento power dressing, febre oitentista marcada pelo uso de peças com recortes bem geométricos e uma pegada na alfaiataria. Sua importância na indústria ultrapassa o estilo, Grace Jones elevou a figura negra ao patamar de lançadora de tendências e mostrou ao mundo através da androgenia, que mulheres também possuem seu lugar no showbiz.

Sandy Powell (1960)Sandy-PowellRepresentando a classe de mulheres no cinema, Sandy é uma das mais respeitadas figurinistas de Hollywood. Com doze indicações ao Oscar (ganhou três deles, pelos filmes Shakespeare Apaixonado, O Aviador e A Jovem Rainha Vitória), treze indicações ao BAFTA e os mais diversos prêmios na área, Powell exerce sua função com muita profundidade histórica e excelência. Sua mais recente contribuição foi para o filme Carol, no qual as roupas das personagens principais, estreladas por Rooney Mara e Cate Blanchett, são parte primordial para que se entre no clima do enredo e da época em que ele é contado. Powell nos faz entender que a magia do cinema está diretamente ligada a moda.

Amaka Osakwe (1987)Amaka-OsakweA estilista nigeriana foi uma das primeiras africanas a possuir reconhecimento global na moda. Dona da marca Maki Oh desde 2010, Amaka já vestiu figuras como Rihanna, Beyoncé e Michelle Obama. Em 2012 desfilou sua primeira coleção na Semana de Moda de Nova York e foi bastante elogiada devido a suas técnicas manuais de estampas. Dando voz a seu continente e exaltando sua cultura, Osakwe sempre traz em seu trabalho referências históricas que questionam a representatividade negra no mundo.

Elisa Santiago é estudante de Design de Moda e uma eterna amante das ruas e das artes. Acredita na roupa  como elemento de fala e empoderamento.