A 21ª edição do Minas Trend aconteceu entre os dias 2 e 6 de outubro, por lá passaram milhares de lojistas, estilistas e personalidades do mundo da moda afim de conferir as novas tendências do mercado! Eu e minha trupe também estivemos lá para conhecer os destaques da temporada.
Iniciando essa semana de posts especiais sobre o evento, trago para vocês o meu look da festa de lançamento em comemoração ao décimo ano do maior salão de negócios de moda do país!
Para a ocasião escolhi uma saia comprada durante a viagem para a Escócia, mas que é simplesmente a cara do verão brasileiro! Esse tom de vermelho vibrante foi presença certeira nas semanas de moda e também no desfile de abertura do MTP! Para compor, lancei mão da tendência da lingerie aparecendo, que dá um super toque final na produção! Ah, e podem aguardar que em breve tem vídeo sobre esse truque de estilo lá no canal!
Na última semana o Minas Trend, maior salão de negócios de moda do país, realizou sua 20ª edição no Expominas e celebrou seus 10 anos fazendo história na cena fashion mineira.
Com o retorno do seu tradicional desfile de abertura, a temporada começou ao som do cantor Renegado, que embalou o público enquanto um casting diverso trouxe um verão predominantemente preto e vermelho, com shapes desconstruídos.
A estrutura do evento, mais uma vez comandada pelo arquiteto Pedro Lázaro, apresentou uma passarela marcante e os desfiles voltaram a acontecer a partir do final da tarde, atraindo maior público.Foto: Bruna Teixeira
Dentre as marcas que fizeram presença nos dois dias de catwalk, destacaram-se Natália Pessoa com seu tricô monocromático e mangas presunto, Lucas Magalhães em uma mistura entre linho e esporte e por fim, Victor Dzenk, que encerrou a semana com suas cores, bordados e a convidada pra lá de ilustre, Preta Gil.Desfile Lucas Magalhães – foto: Raíssa Maluf
O tão aguardado concurso Ready To Go, que premia novos talentos da moda no Minas Trend, teve como ganhadora (merecidamente) a Led, marca local liderada pelo mineiro Célio Dias, que vem abordando a fluidez de gênero em seu discurso e em suas peças, através de modelagens assimétricas e uma mescla entre urbano e alfaiataria.Led, ganhadora do concurso Ready To Go – Foto: Divulgação
No salão de negócios, os mais de duzentos expositores movimentaram o mercado e se mostraram otimistas com a retomada da grandiosidade do evento, que, nas edições passadas, exibiu uma versão mais clean, devido à situação econômica do país.
A Nephew, fundada por Vitor Sobrinho, foi uma das marcas que se destacou no setor de vestuário, levando ao evento seu lifestyle irreverente e street.
No ramo de bolsas e calçados, o ressalto ficou para a marca La Spezia, com sua coleção intitulada Botanic, inspirada na diversidade natural brasileira.
Por fim, no quesito acessórios, a Aramez deu o que falar com seus brincos e enfeites para tênis feitos em acrílico, ganhando inclusive, espaço no styling do desfile de abertura e parceria com o estilista Lucas Magalhães.
O sucesso da vigésima edição do Minas Trend fez jus aos dez anos de influência mineira no país e reforçou a ideia da valorização da criação local através da diversidade de marcas, produtos e modelos.
Embora conhecido pela tradição, o estado de Minas Gerais vêm abrindo portas para discursos mais abrangentes e inclusivos dentro da moda. Celebrar e continuar dando espaço a falas tão diversas é necessário. E que venham mais dez anos!
Elisa Santiago é estudante de Design de Moda e uma eterna amante das ruas e das artes. Acredita na roupa como elemento de fala e empoderamento. É quem está por trás do @tens_razão.
A última edição do São Paulo Fashion Week acabou de acontecer no final do mês de outubro e trouxe com ela algumas novidades para o país que podem mudar de maneira significativa os rumos da indústria da moda. Uma dessas novidades é a consolidação do conceito de see now, buy now.
Para quem ainda não sabe o que é isso, a explicação é simples. No mundo globalizado em que vivemos, as informações chegam e vão embora com muita fugacidade, dessa maneira também criamos e descartamos desejos de consumo. O que em um mês é tendência e ansiamos mais do que tudo, no seguinte já é substituído por outro produto.
De olho nessa vontade incessante dos consumidores, surge no mercado um novo jeito de se comprar moda: o see now, buy now (em bom português: veja agora, compre agora). Diversas marcas ao redor do mundo passam então a desfilar coleções que poucas horas após o desfile, entram à venda em lojas físicas ou online. Tudo isso afim de suprir a vontade imediata que sentimos de informações (sejam elas de moda ou a área que for) e compras. Karl Lagerfeld para Riachuelo – peças foram comercializadas na passarela, logo após o defile. Foto: Rafael Chacon
Num lugar onde somos bombardeados todo o tempo com marcas incríveis, campanhas bem elaboradas e propagandas inusitadamente sedutoras, é praticamente impossível não despertar aquela vontade de ter para si as tendências do momento. Porém, pensando no outro lado da moeda, é preciso fazer uma pausa para refletir sobre o que o sucesso de iniciativas como essas querem dizer sobre nós, enquanto consumidores.
Um dos pontos mais interessantes dessa questão começa com a profundidade das mercadorias lançadas. Devido ao imediatismo de vendas, marcas passarão a produzir com maior intensidade, ou seja, designers e criadores passarão a fazer roupas para o agora. E o questionamento que permanece é: Será possível transformar o momento presente em coleções tão profundas quanto fazemos com as tendências futuras?
Para processarmos os impactos e efeitos de uma informação de moda e de fato deseja-la, levamos determinado espaço de tempo. Vender a ideia do on time faz com que desfiles passem a ter uma abordagem mais mastigada e de entendimento fácil, além de styling mais comercial, muitas vezes dialogando pouco com conceitos e valores das próprias marcas.Animale no último SPFW – marca transmitiu desfile ao vivo pela internet e deu início as vendas logo após o evento. Foto: Zé Takahashi
Outro ponto dessa discussão é a relação entre o see now, buy now com produtores e designers que confeccionam suas mercadorias de maneira artesanal, seguindo a ideia do handmade. Para eles é praticamente inviável acompanhar essa mudança do mercado, já que seu modo de produção segue uma linha mais slow. Dessa maneira a competição entre marcas que adotam as novas medidas e as que ainda mantém uma pequena confecção, torna-se muitas vezes complicada.
Com a mesma velocidade que a moda circula, as opiniões também acontecem. Por isso, inúmeras vezes o consumidor se vê confuso em relação aos acontecimentos e fica difícil decidir qual a forma mais justa de se adquirir um produto. Ao comprar uma mercadoria está em jogo não só a tendência imprimida ali, mas também as crenças de uma marca, a mensagem por trás daquele estilo, a sustentabilidade e inúmeras outras questões que estão em ascensão no cotidiano.
O que não devemos deixar de fazer é questionar. Abrir o diálogo sobre os modos de consumo que tanto estamos acostumados é necessário e estar disposto a muda-los ou entende-los é uma bela maneira de transgredir.
O conceito de see now, buy now possui inúmeros lados e é um assunto riquíssimo para se conversar com as pessoas ao redor. A moda em toda sua magnitude, propõe transições, reflete o presente e se lança no futuro, mas o protagonismo dela, quem faz somos nós. Devemos sempre nos lembrar disso e nos conceder a privilégio de pensar sobre ela. Pense sobre a moda você também!
Elisa Santiago é estudante de Design de Moda e uma eterna amante das ruas e das artes. Acredita na roupa como elemento de fala e empoderamento. É quem está por trás do @tens_razão.
Quem me segue nas redes sociais (Sou AnitaBemCriada em todas!) viu que essa semana começou o Minas Trend Preview, o maior evento de Negócios de Moda de MG e eu estou acompanhando de pertinho, tudo que tem rolado por lá.
O que muita gente não sabe é que durante o MTP acontece muita coisa além dos desfiles: tem salão de negócios, stands, palestras e até concurso rolando! E é isso que vim contar pra vocês hoje!! Eu tive a honra de ser convidada como júri do concurso Ready to Go e posso adiantar: Tem muito talento chegando no mundo fashion, viu! O juri votou ontem (04-10) e hoje (05-10) e no final da tarde já tínhamos o vencedor! Calma que eu conto tuuuudinho:
O concurso READY TO GO – Investindo no futuro da moda – , que apresenta novas marcas e estilistas para o mercado nacional, chega à sua oitava edição com propostas diversificadas e interessantes.Desta vez os selecionados pelo TS Studio para participar do estande coletivo do Sindivest-MG, no Minas Trend, foram Ana França, Candê, Denise Valadares, Gabriella Diniz, Le Beau, Manda & Nalú, Silvia & Co, Sua, Tiê, Uplen e Valéria Mansur. A Caniglia, que esteve presente na edição passada, retorna ao espaço, uma vez que o projeto permite abrigar as grifes iniciantes por até duas temporadas.
Os vencedores do READY TO GO em abril deste ano foram Ronaldo Silvestre e a Mollet, empatados no primeiro lugar. Juntos dividirão um estande solo nesta Minas Trend.
Desde seu início, há quatro anos, o objetivo do concurso é identificar, capacitar e divulgar novos talentos com potencial, destacando o trabalho dos jovens designers e suas marcas. O processo para conquistar espaço no coletivo começa por uma seleção feita por Tereza Santos, diretora do TS Studio, ao longo do semestre. Em seguida, as escolhidas passam por uma consultoria da empresa nas áreas de produtos, tendência e gestão.
O READY TO GO já revelou marcas como Lucas Magalhães, que faz parte do grupo Nohda, e a Llas, que já mostrou coleções no SPFW, além de outros nomes que vêm se destacando no mercado, entre elas a Anne est Folle, a Jardin, a Grama, a Unit 7.
“O diferencial do concurso é que ele não só lança e divulga novos talentos, mas garante a eles o caminho da profissionalização. E esse caminho do sucesso não é só dos premiados. Temos hoje várias marcas dessa nova geração, que estão seguindo trajetórias brilhantes, como a Thays Temponi, Virgílio Couture e a Ammis”, afirma Tereza Santos.
Como nas outras edições, os participantes do estande serão avaliados por um júri formado por jornalistas mineiros e de fora do Estado, além de formadores de opinião, estilistas renomados, arquitetos, designers e empresários. O vencedor recebe como prêmio um estande cedido pelo Sindivest-MG para participar, individualmente, do próximo MTP.
O projeto conta com apoio da Salamandra Comunicação e da 221 Consultoria.
MARCAS/COLEÇÕES READY TO GO
Ana FrançaComposta por bodies e saias confeccionados com tecidos que se adequam ao corpo, leves e confortáveis, a coleção O Céu é o Limite nasce como uma opção para noivas que querem quebrar paradigmas.
Todas as peças combinam entre si e podem ser usadas com ou sem forro. As cores caminham entre tons suaves de azul, verde, rosa e lilás.
As rendas são simples, trabalhadas em uma técnica inovadora e exclusiva de resinamento artesanal, além de ornamentadas com flores 3D feitas em crochê no fio de metal e bordados.
CandêPara a coleção inverno 17, a Candê busca inspiração na natureza. O Vento, como protagonista, pela fluidez e leveza, se juntou ao conforto das peças em tamanhos únicos, que podem ser ajustadas ao corpo.
A pegada é dos anos 70 e o foco na estamparia diferenciada, exclusiva e cheia de cores, ora iluminadas, ora mais apagadas…o Vento se transforma em ondas coloridas que se misturam a florais, poás estilizados, animal print e geométricos para dar mais movimento, graça e charme a vestidos longos e curtos com ar vintage e atemporal.
Os tecidos são crepe e jérsei. Os tons, vermelho, amarelo, laranja, azul, verde preto e bege.
CanigliaA coleção Geometria Romântica narra a memória de um veterano de guerra, sua paixão pelas rosas vermelhas e seu ofício como mestre de obra conhecido pelo seu talento ao trabalhar com azulejos e suas infinitas formas geométricas.
A Caniglia traz para sua segunda coleção a geometria inspirada nos azulejos e na arquitetura moderna dos anos 1930. Os tecidos são crepe, malha, linho, e representam a simplicidade e funcionalidade, características da arquitetura da época. O bordado continua sendo o carro chefe da marca.
O trabalho artesanal do tear manual e a lã dão formas e geometria às peças. A cartela é composta por branco e preto com detalhes especiais em vermelho e verde musgo.
Denise ValadaresA coleção Memórias Barrocas reflete as lembranças que a estilista homônima guarda de Mariana e Ouro Preto, cidades históricas de Minas.
A marca tem em seu DNA a valorização de técnicas artesanais, ohandmade colaborativo, as peças artesanais com olhar jovem e contemporâneo. A inspiração para o inverno 2017 é o ciclo do ouro, trazendo elementos da arquitetura e pintura das igrejas e casarões do barroco mineiros e suas preciosidades.
Em destaque, shapes básicos dos moletons, malharia e jeans com detalhes de rendas aplicadas e rebordadas. Os bordados são ricamente trabalhados em cristais, pedrarias, pérolas e metalizados. Os motivos florais, arabescos e abstratos contornam a coleção nas cores off white, preto e cinza, com toques de rosa antigo, vinho, azul e verde turmalina.
Gabriella DinizPara o inverno 2017, Gabriella Diniz apresenta a coleção Pedra Fundamental na qual gemas brasileiras são o ponto de partida de um trabalho minimalista e elegante. Os sistemas cristalinos internos de uma gema foram analisados e transformados em design de superfície: texturas e bordados pontuais. Neles, a própria gema, na forma de cascalho, é a matéria prima principal.
As cores são o off-white, nude queimado, purple e preto. Sobressaem um mix de vestidos midi, linha A e longo, saias midi e saias evasês, croppeds e camisas, calças e casacos.
Le BeauCriada por duas amigas que amam o mundo da moda e com apenas seis meses de mercado, a marca, cujo nome em francês quer dizer “bonito”, busca para sua coleção as peculariedades das formas geométricas em tecidos texturizados – dos fluídos aos estruturados – e cria uma roupa clean, com corte e modelagens precisos. O visual é belo, despretensioso mas, acima de tudo, chique.
SuaA inspiração para criar a coleção outono/inverno 2017 da Sua veio da beleza e sofisticação de uma orquestra sinfônica. Daí o nome Sua Sinfonia. Das curvas e detalhes dos instrumentos musicais, nasceram os acabamentos de cada peça: babados remetendo harpas, viés de ilhós como botões de afinamento e zíper aparente simulando as cordas de um violino.
As cores preto e cinza chegam trazendo o mesmo tom de elegância e imponência, transmitido por uma orquestra. Os shapes são amplos, com silhuetas em A, e o tecido predominante é a lycra, matéria-prima utilizada em todas as coleções da marca, que não abre mão de conforto e versatilidade.
TiêPara a coleção Geometropolyc, a inspiração são as grandes cidades e metrópoles do mundo. Nesse contexto, a marca adotou um estilo casual, o Atleisure: uma pincelada de esportivo usado em momentos de lazer. O resultado é uma coleção cheia de bossa, em peças ora mais ajustadas em tecidos elásticos muito confortáveis, ora mais amplas, justamente para serem usadas misturadas formando looks casuais bem modernos e versáteis.
A vista aérea da cidade e a mobilidade urbana foram as principais inspirações para a estamparia corrida, desenvolvida em duas variações: uma mais discreta na meia malha e outra mais marcante na malha elástica. Já a estamparia localizada trouxe o novo conceito de cidade bem marcado: a revolução do modo de vida para um cotidiano mais sustentável e ainda brincou com ícones desse cenário urbano, como o cachorro e o gato.
O resultado são vestidos mais retos e secos, variantes justinhas e aquelas leves e suaves, onde o conforto fala mais alto. Também aparecem os bodies modernos, blusas confortáveis de meia malha com jogos de cor, e terceiras peças leves com pegada esportiva casual. Listras e pontilhados listrados aparecem em vários momentos, fazendo referência ao esportivo e às sinalizações das ruas da cidade.
E os zíperes tratorados em evidência mostram um ar moderno, típico de grandes centros urbanos. Sobre cores, o maior destaque vai para o preto e branco, que veio com tudo nessa onda do esporte, misturado com cores invernais, como o bordô, e iluminado com o amarelo das placas de trânsito.
Valéria MansurA coleção Fios é inspirada na nobreza das fibras naturais. Como ponto de partida, ela foi pensada para explorar todas as riquezas que esse tipo de matéria prima pode oferecer, como cortes a fio, caimentos irregulares, enviesados, desfiados e rasgados. A partir daí, surgiram peças atemporais, sempre focadas no design. O estilo também passou por uma desconstrução , um novo olhar para as tendências, criando volumes estratégicos, shapes novos e inusitados, moulages, recortes assimétricos e amarrações, porém sem nunca perder o foco na feminilidade.
A criação brinca com volumes e silhuetas, ora fluidas ora esculturais, encorajando uma expressão pessoal. Em algumas peças foi desenvolvido um trabalho de tingimento com pigmentos naturais, trazendo um complemento à coleção, basicamente de cores neutras.
Manda & NalúA coleção da Manda & Nalú foi inspirada na moda do slip dress, vestidos escorregadios, desenhados em sedas e rendas, com um caimento leve e preciso.
O resultado são vestidos sensuais e, ao mesmo tempo, românticos, com muitos detalhes em bordados, garantindo a beleza e o conforto para as mulheres.
Outra inspiração foi a força da natureza visceral de onde surgiu a ideia para o segundo tema da coleção, a Floresta Encantada. Nesse conceito, buscou-se desenvolver vestidos fluidos, leves e delicados, com muito brilho e bordados, que lembram as fadinhas, mas, claro, sem perder a ideia do romantismo e da sensualidade.
E a vencedora do Ready to Go foi……Valéria Mansur!! Com uma coleção linda, rica e muito bem trabalhada, mereceu o prêmio!Créditos: