Depois de um tempinho fora do ar devido a correria diária, férias e viagens, hoje volto com os posts aqui no site sobre os meus looks mais elaborados, mais planejados e que levam uma boa mistura entre meu gosto pessoal e as tendências da estação.
Para quem ainda não conferiu algumas dessas produções lá no Instagram, deixo aqui algumas inspirações para ousar e se vestir nesse finalzinho de inverno!
Você conhece aquela expressão “como unha e carne”, que usamos quando nos referimos a pessoas que são muito próximas? Pois bem, é dessa forma que podemos definir a relação entre moda e rua.
Esse amor antigo surgiu por volta da década de 60, passou pelos guetos de Nova York anos mais tarde e perdura até os dias de hoje, servindo de inspiração para os estilistas mais badalados e para nós, pessoas (in)comuns, a procura de novidades. Uma onda de liberdade nos anos 60 mudou para sempre a relação dos jovens com a moda. Influenciados pelas obras do movimento Beat, a juventude passou a trocar os bares e pubs dos anos 50 pelas ruas e uma nova consciência de consumo começou a surgir.
O mercado, sempre atento às grandes mudanças, passou a produzir roupas diretamente para o público mais novo. Foi a primeira vez na história em que o vestuário jovem se desvinculava do adulto. A moda passou a acompanhar a movimentação das ruas – a onda pacífica no final da década – e, principalmente, passou a entender que se vestir estava cada vez mais associado ao comportamento de cada pessoa. Exemplo de toda a revolução sessentista das ruas: a mini saia. A peça até hoje é enxergada como símbolo de contestação e empoderamento.
Outro acontecimento importante na época, que consolidou de vez a relação moda e rua, foi a abertura da loja de Yves Saint Laurent, na Rive Gauche (margem esquerda do rio Sena-Paris, região marcada por forte cena boêmia e frequência de intelectuais). Até então, tal estilista se comunicava apenas com a parte burguesa e conservadora da cidade, de forma que, ao propor um diálogo com uma moda mais popular, consagrou-se de vez como artista, criando o icônico vestido Mondrian e propondo o smoking como peça do vestuário feminino.
Na década seguinte, o cenário muda e temos Nova York dividida em cinco bairros e uma grande repressão da classe trabalhadora que vivia nos guetos. Como forma de resistência, cada uma das regiões afetadas (Brooklyn, Harlem, Bronx) encontrou na forma de vestir uma identidade que as diferenciava do restante da sociedade. Junto a esse empoderamento através do estilo, surgiam as primeiras batalhas de rap, o break dance e toda a cultura negra que veio a se tornar o hip hop. O clássico estilo das ruas em 1983. Foto: Jamel Shabazz
Os anos 80 vieram para consolidar esse movimento. Grupos como RUN-DMC passaram a fazer sucesso nas rádios, com suas letras que cultuavam modelos de tênis Adidas e outras marcas de luxo da época. Nesse momento, surgia a forte relação entre a publicidade e a música, o que afetou a moda. Dali em diante, as grandes grifes passaram a ser indiretamente difundidas por artistas negros e de origens humildes.
Esse fato, consequentemente, revolucionou o perfil do público consumidor e democratizou o status que suas peças transmitiam. Além disso, a cultura hip hop foi pioneira na parceria entre marcas esportivas conceituadas e não atletas.
Ao longo dos anos que se passaram, a rua ficou entendida como local de revolução e contestação. A roupa, símbolo do tempo em que está inserida, se tornou a armadura para quem ali estivesse. O hip hop abriu espaço para que, nos anos 90, outras culturas chegassem ao asfalto e falassem sobre seu ponto de vista.
Chanel Verão 2015 levou, literalmente, as ruas para a passarela. Foto: IMAXtree
Com a internet acessível para as massas, variados estilos e perfis que se encontravam nas ruas começaram finalmente a se misturar. Uma pessoa que, antes, pertencia a um único movimento, hoje leva consigo referências de diferentes culturas, gostos e locais.
A moda de rua, que agora chamamos de Street Style, ganhou espaço no universo fashion, adentrou as passarelas, inundou os blogs e afirmou em alto e bom tom que veio para ficar.
Onde a moda encontra a rua, uma revolução acontece.
Elisa Santiago é estudante de Design de Moda e uma eterna amante das ruas e das artes. Acredita na roupa como elemento de fala e empoderamento. É quem está por trás do @tens_razão.
Oi gente! O look de hoje veio carregado de novidades (quem me segue nas redes sociais em geral, já está acompanhando isso de perto. Sou “anitabemcriada” em todas elas também!). Mas para quem ainda não viu, eu conto. Escolhi concretizar alguns dos meus mais projetos nesta que é uma das cidades mais cosmopolitas do mundo: New York City!
Com um projeto que envolve pesquisa, estudos, especialização, entretenimento e autoconhecimento, desembarquei em Nova York na última semana, onde por uma temporada, quero colecionar inspirações, dicas e temas para transformar em conteúdo a ser trabalhado e propagado por aqui, canal do Youtube e redes sociais.
Durante este período vou fazer um curso de inglês, além de cursos de criação de conteúdo e conteúdo online para negócios da moda no FIT (Fashion Institute of Tecnology), famoso por atrair pessoas de todo mundo para estudos e aprimoramentos ligados ao mundo fashion.
Mas não para por aí. A ideia é explorar a cidade como uma verdadeira “nativa”, vivenciando a rotina dos que ali vivem, e com isso apreender toda a riqueza que paira naquela atmosfera tão rica em arte, cultura, design, moda, gastronomia, música, lazer, entre outros.
No mais é explorar um roteiro quase que obrigatório para quem deseja mergulhar neste universo: museus, galerias de arte, lojas, mercados, brechós, lojas de grifes e de departamento, outlets, escolas de moda, arte e design, restaurantes, além de muita sensibilidade e um olhar atento para com o comportamento das pessoas, nativas ou não.
Deixa eu contar pra vocês uma coisa: eu estou completamente apaixonada por esse look, essas fotos, essa vibe.. Posso? Vocês conseguem notar o quanto é tão diferente de mim (do meu dia-a-dia, pelo menos), mas o quanto eu me entreguei à proposta, o quanto eu me vi e me inseri nela??
Falando do look em si! Naturalmente que a estrela da produção é a jaqueta “bomber“. Ela tem esta vibe assim meio masculinizada e bastante street, o que deixa o look bastante atualizado e cool. Quis compor com o jeans (mais street impossível) e a botinha de cano curto que eu ainda não tinha estreado (vocês lembram dela)?
E pra fechar mesmo a produção, digamos assim, mais estilizada, prendi o cabelo láaaa no alto, com esse coque que AMO e que uso muito (em casa então, o dia inteiro..rs) e o brincão, com a mesma pegada do look. Gente, eu realmente AMEEEEEEI. Dessa vez eu não me contive não..rs. O que acham da proposta? Gostam de ver uma Anita assim “ousando” mais?
Nos dias que antecedem a semana de moda, especialmente as mais esperadas mundo afora, como Nova York, Londres e Paris, não apenas os desfiles são super esperados, mas especialmente, os bastidores e arredores do evento, o chamado “street style“, ou, numa tradução literal (e pobre), o estilo desfilado nas ruas.
É um barato ver até onde vai a criatividade, a liberdade e até a ousadia dos fashionistas. E o interessante é que costuma se pensar que em regra as pessoas vão aos eventos para se inspirar, e claro, isto de fato acontece, mas o inverso também, ou seja, as marcas e estilistas acabam se inspirando na excentricidade e novidade que vem das ruas mesmo. É um barato isso!
Vê-se realmente de tudo! Mas em regra, prevalece o estilo urbano, aliado ao moderno e também ao dramático, mas o clássico e o romântico também dão as caras, cada um dando sua versão. Muito divertido isso! É difícil até dizer o que predomina em termos de “o que vem por aí”, mas uma coisa que vi nitidamente presente foram as calças extremamente largas, mais até do que as conhecidas pantalonas, e também, as sandálias birken dando as caras novamente. Vejam aí um pouquinho! Imagens: Voguee High Snobiety