Fresca? Não! Bem criada.

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27
maio

A febre dos brechós e a busca pela moda sustentável

Sustentabilidade. Essa palavra retornou ao domínio popular em meados de 2005, se tornou uma tendência comportamental e se fixou tanto na realidade social que, saiu do posto de efemeridade e hoje é assunto sério, cotidiano e necessário.

Se estamos falando de moda, a ideia de sustentabilidade ganha ainda mais peso. A indústria é uma das mais rentáveis do mundo, ao mesmo tempo em que é a terceira no ranking de poluição.

Partindo dessa premissa é fácil concluir que, à medida em que a indústria têxtil se desenvolve, mais poluição e estragos ela deixa para o planeta. Sendo assim, é lógico pensar que a maneira mais responsável de se fazer roupa na atualidade é não fazendo.

Essa parece uma afirmação um tanto quanto radical à primeira vista, mas se pararmos para pensar no volume de peças já existente em todo o globo e nas que ainda estão por serem produzidas, o entendimento logo chega.

Parar a indústria têxtil nesse sentido ainda é uma utopia, porém existem algumas medidas que, enquanto consumidores, podemos adotar a fim de fazer dessa cadeia de produção algo mais justo e sustentável. Uma dessas medidas é a optar por comprar peças que já circulam por aí a mais tempo, como as peças que encontramos em brechós.

À La Garçonne

B.Luxo

Re-significar a roupa usada é uma excelente forma de não contribuir com a poluição ambiental, com o desperdício de água e com a geração de lixo.

Para além do contexto ambiental, o brechó vêm ganhando espaço entre os consumidores por proporcionar uma experiência de compra diferente em diversos sentidos.

A começar pela ideia de garimpo. Numa loja convencional temos a dimensão do que encontraremos ao entrar: peças atualizadas nas tendências, separadas por sessão, estilo e por aí vai. Comprar a roupa de re-uso exige olhar apurado, requer o interesse em dar à uma peça uma visão atualizada (ou não) e é um trabalho minucioso e delicioso.

Bem Phyna
2000 & Vintage

A geração Z, que hoje é o grupo consumidor mais estimado pela indústria, vêm trazendo esse novo olhar para as compras e têm se mostrado uma parcela exigente quando o assunto é sustentabilidade. Por isso, não por acaso, a onda dos brechós está sendo retomada e nossa perspectiva sob aquilo que já foi usado, está mais uma vez, se renovando.

A efervescência das redes sociais também foi outro fator que têm ajudado os brechós a reconquistarem um lugar no coração dos consumidores. Muitos desses negócios desenvolveram perfis relevantes na internet e produzem conteúdos visuais que geram desejo e realocam a ideia de roupa velha para o lugar de item de moda.

Utilizar o que já foi do outro não pertence mais ao imaginário sobre o que é velho. Consumir brechós é, na verdade, uma forma encantadora de levantar a bandeira de uma moda mais sustentável e também de dar continuidade a histórias e narrativas através da roupa.

Elisa Santiago é designer e produtora de conteúdo, e se considera uma eterna amante das ruas e das artes. Acredita na roupa como elemento de fala e empoderamento. É quem está por trás do @tens_razão.

12
jun

Rocket Man, figurinos icônicos e um olhar honesto sobre si mesmo

Esse é um texto onde conto minhas impressões sobre o filme Rocket Man, que retrata a história do astro da música Elton John, mas preciso começar dando um conselho que serve pra todo mundo: vá ao cinema sozinha.

Assisti a esse filme na minha própria companhia e recordei o quanto me levar para passear é algo que faz bem. Então, se eu pudesse te dizer apenas uma coisa, seria pra você se levar pra passear de vez em quando. Faz bem pra alma.

Voltando ao assunto principal, começo afirmando que Rocket Man é um dos melhores filmes biográficos dos últimos tempos, deixando, inclusive, Bohemian Rhapsody, filme sobre o Fred Mercury, no chinelo.

O grande tchan da história é a visão honesta e bastante realista que Elton John tem sobre si mesmo. Para quem não sabe, o cantor participou de perto da produção e roteirização do longa, dando pitacos e garantindo que sua trajetória não fosse colocada no lugar de feito heroico ou algo do tipo.

Na trama que mostra a realidade através de uma narrativa cheia de fantasia, brilho e música, Sir Elton John se mostra um ser humano de fraquezas, assume seus vícios, seus traumas familiares e levanta a bandeira LGBTQ+ de forma genuína, como já lhe é peculiar.

Na parte que me cabe uma opinião técnica, devo dizer que o figurino e a caracterização são impecáveis e atuam como fio condutor da trama para os mais fanáticos. Trajes icônicos, como o uniforme do time LA Dodgers todo em paetê e a infinita coleção de óculos do cantor, marcam as cenas e ganham até uma comparação filme X realidade nos créditos.

Ouvi alguém dizer por aí que quem gosta de musical vai gostar de Rocket Man, e quem não gosta do estilo, vai amar ainda mais o filme. Devo concordar com essa pontuação, o longa é a mistura perfeita entre música e fantasia e a atuação de Taron Egerton, no papel principal, torna tudo ainda mais mágico.

Rocket Man resgatou em mim referências visuais e musicais que deixei esquecidas em algum lugar no passado. Em meio a um universo digital onde buscamos e recebemos inspirações pasteurizadas, lembrar-se de olhar para os artistas e para as obras que nos vibram por dentro foi um respiro.

Saí do cinema na vontade de mergulhar nas peças mais exuberantes do meu guarda roupa e sair por aí certa do meu estilo e da minha essência, feito esse que havia me esquecido de que era capaz e que Elton John me fez o favor de recordar.

E nessa condição de escritora conselheira que me coloquei por aqui, finalizo com mais uma dica: vá ao cinema e se deixe encantar por Rocket Man!

Elisa Santiago é designer e produtora de conteúdo, e se considera uma eterna amante das ruas e das artes. Acredita na roupa como elemento de fala e empoderamento. É quem está por trás do @tens_razão.

07
dez

Planeje-se em 2019 – onde comprar planners e agendas

O momento de transição entre o final de um ano e o inicio de outro sempre nos proporciona um período de reflexão e por consequência desejo de transformar e colocar em prática planos que ficaram engavetados.

E para que seja possível materializar determinadas metas, organização é a palavra de ordem! Agendas, planners, calendários e listas são fortes aliados nesse processo e como aficionada por papelaria que sou, resolvi reunir nesse post as melhores opções de onde comprar esses produtos! Bora se organizar?

 

1 – Papel Craft

A Papel Craft é uma das grandes referências de papelaria no mercado nacional. Com estampas autorais, todos os produtos da marca são coloridos e repletos de auto astral.

No site é possível encontrar opções variadas como agendas semanais, calendários e planner diário.

www.papelcraft.com.br

 

2 – A.Craft

A marca A.Craft é daquelas que você fica horas passeando no site, de tanta opção e tanta lindeza. Dentre cadernos e washi tapes, o produto que faz mais sucesso é o planner customizável, no qual você compra a capa de um material mais durável e monta o miolo com vários caderninhos que possuem funções variadas como agenda semanal, plano alimentar e caderno de anotações.

Além disso, é possível acrescentar no combo adesivos, marcadores e porta canetas. Todos com estampas e cores pra lá de fofas!

www.acraft.com.br

 

3 – La Papeterie

Para quem precisa daquela palavra de força durante os dias do ano, a La Papeterie tem a opção certa de agenda. O planner 2019 vem estampando palavras como coragem e leveza e em seu recheio frases que ajudam a gente a dar aquele respiro durante o dia!

www.lapapeterie.com.br

 

 

4 – Flor de Mim

E para florescer a rotina os planners da Flor de Mim vêm cheios de cores, estampas autorais e muitas estratégias de organização. Além de agendas e produtos de papelaria a marca desenvolve cursos e dá dicas nas redes sociais de como formular uma rotina de acordo com suas demandas.

www.flordemim.com

 

Adquirir uma nova agenda, novos caderninhos e riscar listas são coisas que sempre dão um gás a mais na hora de planejar o ano. Com tantas opções para compra online, a desculpa de uma vida bagunçada quase que acabam. E você, como vai se organizar em 2019?

 

*Dica bônus

Para quem eventualmente for dar um rolê por Buenos Aires, vale super a pena conhecer a papelaria Monoblock. Por lá você vai encontrar estampas autorais super irreverentes e cheias de referências à cultura pop como Frida Kahlo, David Bowie e Sex and The City.

linktr.ee/monoblock

 

Elisa Santiago é formada em Design de Moda e se considera uma eterna amante das ruas, das artes e da papelaria rs. Acredita na roupa como elemento de fala e empoderamento. É quem está por trás do @tens_razão.

09
maio

MET Gala 2018 – Tudo sobre o baile!

Nessa segunda-feira, dia 7 de maio, aconteceu o evento mais importante do mundo da moda: o tão falado Baile do Metropolitan Museum of Art de Nova York, conhecido também como MET Gala!

Mas pra quem tá se perguntando que baile é esse e o por que da importância do evento, vamos voltar alguns anos e entender a história por trás da magnitude desse dia.

O Metropolitan Museum of Art é um dos museus mais visitados do mundo e possui mais de 150 anos de história. Dentre todo seu acervo, existe um departamento exclusivo para a moda, criado em 1936 e que hoje possui mais de 35 mil peças que contam a história do vestuário desde o século XVIII.

Ao contrário dos institutos semelhantes ao redor do mundo, o Costume Institute é um órgão independente e por isso se apoia em ações para angariar fundos. Daí vem a ideia brilhante de promover um baile para a alta sociedade, incentivando esses a fazerem doações para o museu, dando continuidade a curadoria e as pesquisas.

Exposição sobre a estilista Rei Kawakubo em 2017

No ano de 1973 a famosa editora de moda Diana Vreeland se tornou consultora especial no departamento e então assumiu o comando para criar estratégias a fim de arrecadar capital para o setor. Dessa forma, ela elevou o MET Ball e fez com que o evento se tornasse ponto certo para os grandes nomes da arte e da sociedade. Mas apenas nos anos 90, quando a editora-chefe da revista Vogue, Anna Wintour passou a integrar o conselho do instituto, é que a lista de convidados agregou nomes influentes de todas as áreas.

E hoje, há exatos vinte anos ocupando o cargo, ela ainda é quem cuida dos mínimos detalhes para que o evento seja sempre impecável. Desde a lista VIP, até quem vai sentar em qual mesa, passando pelos artistas que vão se apresentar e pela ordem em que cada celebridade passará pelo tapete vermelho, tudo é construído e aprovado pelo olhar da exigente editora.

A editora-chefe da revista Vogue, Anna Wintour e sua filha.

O baile do MET faz parte do imaginário popular há anos, pois é no evento em que vemos os looks mais conceituais, sempre celebrando moda como arte e cultura. E para elevar ainda mais a criatividade dos convidados e das marcas, existem temáticas que protagonizam a festa, que são anunciadas com muita antecedência para que todos consigam preparar as produções sempre muito elaboradas.

O tema de cada ano diz não só sobre o dress code do baile, mas é também o foco da exposição anual que o museu apresenta e que é aberta ao público dias depois da grande inauguração. Estilistas como Alexander McQueen, Rei Kawakubo e  Miuccia Prada já foram homenageados e temas sempre contemporâneos como tecnologia e a relação da China com a moda, foram abordados na curadoria.

No ano de 2018 a exposição foi intitulada como “Corpos Celestes – Moda e a imaginação católica”, na qual será celebrada a relação entre o vestuário e o catolicismo. Para abrilhantar ainda mais o acervo exposto, o Vaticano cedeu algumas de suas peças icônicas que ficarão em uma ala especial do museu. Junto desses trajes, criações de grandes estilistas e alguns dos looks usados pelas celebridades durante a festa também ficarão disponíveis para a contemplação do público.

Exposição Corpos Celestiais – Moda e a imaginação católica.

O baile desse ano, que contou com uma apresentação cheia de referências da rainha Madonna, foi considerado o maior desde a criação do evento. No tapete vermelho passaram looks marcantes como o da Rihanna de Maison Margiela, Lana Del Rey, Jared Letto e o estilista Alessandro Michele de Gucci, Francis Mc Dormand de Valentino, Sarah Jessica Parker de Dolce and Gabanna e a rapper Cardi B de Jeremy Scott. 

O grande motivo que faz o MET Ball ser o evento de moda mais prestigiado no mundo, é exatamente a liberdade em que os estilistas e artistas possuem para criar seus looks , questionar, discutir, protestar e despertar o interesse do público por temas tão pertinentes. Celebridades que acabam não se adequando muito a temática, como as modelos Gisele Bündchen e Kendall Jenner, acabam ofuscadas por personalidades como a atriz Lena Waithe que carregou consigo a bandeira do movimento LGBTQ e a cantora Katy Perry que vestiu asas angelicais enormes.

Madonna de Jean Paul Gaultier

Rihanna de Maison Margiela

Alessandro Michele, Lana Del Rey e Jared Leto de Gucci

Francis Mc Dormand de Valentino

Sarah Jessica Parker de Dolce&Gabanna

Cardi B de Jeremy Scott

Gisele Bundchen de Versace

Kendall Jenner de Virgil Abloh

Lena Waithe de Carolina Herrera

Katy Perry de Versace

Mas apesar de toda a produção realizada em proporções bíblicas, poucas foram as celebridades que fugiram do óbvio. No tapete vermelho vimos muito ouro, muitas referências medievais, muitas figuras angelicais e muitos elementos do catolicismo. Tudo isso resultou em uma visão claramente histórica, mas também antiquada do tema.

Numa noite em que celebramos tendências e temáticas contemporâneas, faltou quem falasse de religião sob uma ótica que não fosse a do poder. Afinal, o imaginário passa não só pelos grandes Papas e santos, mas também pelos oprimidos e pelo sincretismo religioso. O destaque da noite vai para a atriz Zendaya, que em um look cheio de referências e pesquisa, homenageou a figura a frente do tempo que foi a santa Joana D’arc.

Zendaya de Versace

Elisa Santiago é Designer de Moda, Stylist e uma eterna amante das ruas e das artes. Acredita na roupa como elemento de fala e empoderamento. É quem está por trás do @tens_razão.