Olá pessoal, e aí? Espero que as minhas dicas estejam sendo úteis.
A ideia é fazer com que vocês consigam entender como transmitir a informação através das fotos de vocês da melhor forma possível, com dicas de bolso que vão seguramente melhorar os registros de vocês já que hoje fazer imagens já faz parte da nossa rotina.
Depois de aprender a respeitar a linha do horizonte e os ângulos num dos últimos posts, vou precisar falar sobre duas técnicas que precisam estar bem “claras” para vocês antes de passarmos para “Composição”.
Essas linhas que cortam a foto é baseada na “Regra dos Terços” que é um dos primeiro conceitos de composição mas vou detalhar isso só no próximo post pois fotografar sem esses dois conceitos seria como compor uma musica com instrumentos desafinados.
Exposição e Foco
Exposição é a quantidade de luz que o sensor capta para definir uma imagem.
Como já disse antes, a fotografia é uma serie de escolhas e essas escolhas que abrem o campo para criatividade para passar a mensagem que queremos. Saber controlar a luz é uma delas, d para isso existe a “Fotometria”.
Fotometria é média denominada por “Pontos de Luz” e existe um sensor chamado “Fotometro” que mede isso. Infelizmente só é possível controlar a exposição em câmeras com o modo de Exposiçcão Manual (M) disponível.
Mas em aparelhos celulares, basta tocar na tela para que essa medição seja feita automaticamente.
Veja na imagem acima que existe um gráfico -5,0 , 0.0 e +5,0 onde 0 é o ponto ideal; -5,0 ela estaria SubExposta/Escura (quando falta luz); e +5.0 ela estaria SuperExposta/Estourada (quando sobra luz).
Geralmente um fotômetro é representado por esse gráfico.
Imagem: Canon College
Pouca luz no sensor Ideal Muita luz no sensor
A composição é uma técnica que foi desenvolvida a partir da leitura e percepção que nosso cérebro tem ao varrer uma imagem para interpretá-la.
E para isso existem uma série de regras que são utilizadas para chamar atenção do nosso olhar, afinal quando se faz e publica uma foto é o que queremos.
Sim, nós fotógrafos profissionais usamos essas técnicas para fazer com que o observador absorva nossa ideia ou informação. Desde as regras mais básicas até as mais avançadas nós vamos trabalhando e brincando com isso, instintivamente (acontece muito comigo em muitos colegas) ou não.
Existem estudos até de escala de cores que chamam mais a atenção sobre as demais, mas obvio que a ideia aqui é trazer dicas que vão ajudar vocês, portanto vamos sempre falar nas mais acessíveis, que não necessitam de embasamento técnico e pratico como pré-requisito, e podem ser aplicadas facilmente por qualquer um.
Gosto de dar exemplos práticos e associá-los com coisas cotidianas porque esse método funciona muito bem comigo e com todos os meus alunos.
Num dos últimos posts eu falei do sentido de leitura lembram?
Seja uma foto com a orientação em paisagem(na horizontal) ou retrato( na vertical) a trajetória do olhar é praticamente a mesma, porém na imagens essa trajetória não segue uma linha como em um texto, por exemplo, essas palavras estão te induzindo a ir para a próxima palavra até quebrar a linha e por aí vai até o final do texto e a conclusão do paragrafo.
Porém, em uma imagem essa leitura é feita com varrimentos onde a trajetória do olhar te induz a buscas é aí que entram os pontos de interesse.
O primeiro ponto que seu cérebro procura em uma fotografia são formas para ele identificar mas pra isso ele procura uma região com maior incidência de “Luz” seguido da área mais nítida da imagem, um “Foco”.
Notaram que mesmo tendo uma “Exposição” (controle de luz ideal) a primeira imagem é insuportável e confusa de se observar e na segunda você parou na rede?
Não importa quantas interações existem, na primeira varredura nosso cérebro busca em uma imagem devidamente exposta é onde está o foco. E ele não suporta quando não há.
Esse é o conceito na maioria dos casos, não ser que você esteja diante de um retrato onde nosso olhar vai direto nos olhos do fotografado buscando primeiro contato para depois varrer os outros detalhes.
Aqui nossa querida Anita em segundo plano (a grade está em primeiro) mas o foco está em seus olhos, o que a trouxe para o ponto de interesse principal e a faz assumir toda sua personalidade sobre a foto, e foi exatamente isso que fez ela arrasar nesse click. <3
Dica em off: Para melhor resultado em retratos (onde a pessoa encara a lente) o foco deve estar sempre nos olhos.
Olhe para qualquer ponto fora dessa tela e perceba que o que você vê é o que está em foco. Mesmo em um texto, a única coisa que está em foco agora são as palavras que você lê.
Quando o que você quer fotografar está fora de foco, muitas vezes a varredura passará pelo motivo principal batido pois o cérebro entende que aquilo não é o que ele deve ver. Mesmo que seja o motivo central, isso nos incomoda porque não tem nitidez, contraste e não conseguimos ver os detalhes.
Muitas vezes um registro não é compreendido porque a mensagem não foi passada da devida maneira, assim como um texto equivocado.
-Estava me ouvindo Neo, ou estava olhando para a “Mulher de Vermelho”?
(Morpheus em Matrix)
Vejam nesse registro que mesmo que o motivo esteja do lado oposto ao sentido de leitura (da direita pra esquerda), em frações de segundo você varreu a imagem e foi direto para onde está a área mais iluminada (bem exposta) e com foco.
Depois de interpretar a imagem como um todo você até voltou para ler a minha logo a esquerda porque ela é branca e nítida e está posicionada onde a atenção é secundaria já que eu não quero que ela apareça mais do que a foto em si, mas a primeira vista você foi direto na “Mulher de Vermelho”.
Mas por quê? Porque eu te conduzi a isso!
Primeiro expondo o motivo da maneira correta, segundo o botando em foco e terceiro usando uma técnica de composição. Se você traçar a foto com as linhas da Regra dos Terços verá que a modelo esta posicionada em uma delas fazendo dela um ponto de interesse. 😉
A ideia mesmo é que você saia da “Matrix” e descomplique a fotografia, já que sou da opinião que todas as pessoas devem saber fotografar mas sempre digo que fotografia, mesmo que esteja mais acessível do que nunca, não é apenas uma questão de chegar e clicar.
Isso deve ser valorizado, portanto, em determinados casos, deixe com o profissional!
Tenho certeza que se você fizer uma boa escolha ele saberá, usando as técnicas e praticas que estudamos, evidenciar o que você precisa que seja mostrado.
Agora que deixei “mais claro” como o seu cérebro funciona ao ver uma imagem podemos “focar” um pouco mais na composição.
Mas isso veremos só no próximo post.
Foca, ops, fica aqui!
Roberto Benatti é fotógrafo Profissional especializado em fotojornalismo, moda, casamentos e still. Certificado pela Canon College Brasil e Canon Live Learning em San Francisco, com diversos trabalhos publicados em jornais, revistas, capas de revistas, especiais, sites e blogs. Também é Videomaker, Músico e agora colunista. Considera impagável ter a liberdade como estilo de vida e não gostava de viajar até sair do país pela primeira vez.