A Paris Fashion Week simboliza o grand finale das semanas de moda na gringa. Pela cidade luz passam marcas como Gucci, Valentino, Dior e Saint Laurent, o que nos faz afirmar que é o momento mais aguardado do calendário fashion anual.
Por lá também circulam e se difundem as mais badaladas tendências que rapidamente chegam ao Brasil. Então no post de hoje, finalizamos a cobertura das semanas de moda e apontamos os maiores destaques em termos de comportamento!
Para começar, alguns desfiles surgiram trazendo contraponto entre itens semelhantes: enquanto a Gucci apostou na mistura de bolsas e mochilas, tudo ao mesmo tempo, Jacquemus ressaltou o acessório alternando entre minibags e megabags.
E já que estamos falando de verão, uma estação que sugere um clima mais leve e com mais frescor, as peças fluidas aparecem de forma intensa no desfile da Valentino, com um charme a mais que são as plumas, tanto nos sapatos, quanto nas terminações de algumas peças!
E se tem algo que é a cara do verão são as estampas! Com cores, detalhes e vida, elas iluminam o look da estação e garantem uma bossa a estação!
Nessa temporada vimos padronagens como animal print e floral, clássicos de sempre, mas o hit da vez são as estampas tipo lenço, aquelas que vêm em tecidos mais finos como crepe e seda e garantem um toque de elegância à produção! A estilista Marine Serre usou e abusou desses desenhos em sua nova coleção.
Um dos desfiles mais aguardados de Paris foi o da marca Celine. Com a estreia do estilista Hedi Silmane, que já passou pela Dior Homme e pela Saint Laurent, grandes expectativas foram depositadas nessa novo momento do designer.
Mas de novo, a apresentação não teve muita coisa. Com sua estética extremamente marcante e que faz referência ao estilo hipster do inicio dos anos 2000, Hedi apresentou looks muito semelhantes aos de sua passagem na marca do imortal Yves Saint Laurent e ignorou o estilo sofisticado e moderno criado por Phoebe Philo nos últimos dez anos de Celine, o que chocou a crítica e grande parte do público.
Nessa segunda-feira, dia 7 de maio, aconteceu o evento mais importante do mundo da moda: o tão falado Baile do Metropolitan Museum of Art de Nova York, conhecido também como MET Gala!
Mas pra quem tá se perguntando que baile é esse e o por que da importância do evento, vamos voltar alguns anos e entender a história por trás da magnitude desse dia.
O Metropolitan Museum of Art é um dos museus mais visitados do mundo e possui mais de 150 anos de história. Dentre todo seu acervo, existe um departamento exclusivo para a moda, criado em 1936 e que hoje possui mais de 35 mil peças que contam a história do vestuário desde o século XVIII.
Ao contrário dos institutos semelhantes ao redor do mundo, o Costume Institute é um órgão independente e por isso se apoia em ações para angariar fundos. Daí vem a ideia brilhante de promover um baile para a alta sociedade, incentivando esses a fazerem doações para o museu, dando continuidade a curadoria e as pesquisas.
Exposição sobre a estilista Rei Kawakubo em 2017
No ano de 1973 a famosa editora de moda Diana Vreeland se tornou consultora especial no departamento e então assumiu o comando para criar estratégias a fim de arrecadar capital para o setor. Dessa forma, ela elevou o MET Ball e fez com que o evento se tornasse ponto certo para os grandes nomes da arte e da sociedade. Mas apenas nos anos 90, quando a editora-chefe da revista Vogue, Anna Wintour passou a integrar o conselho do instituto, é que a lista de convidados agregou nomes influentes de todas as áreas.
E hoje, há exatos vinte anos ocupando o cargo, ela ainda é quem cuida dos mínimos detalhes para que o evento seja sempre impecável. Desde a lista VIP, até quem vai sentar em qual mesa, passando pelos artistas que vão se apresentar e pela ordem em que cada celebridade passará pelo tapete vermelho, tudo é construído e aprovado pelo olhar da exigente editora.
A editora-chefe da revista Vogue, Anna Wintour e sua filha.
O baile do MET faz parte do imaginário popular há anos, pois é no evento em que vemos os looks mais conceituais, sempre celebrando moda como arte e cultura. E para elevar ainda mais a criatividade dos convidados e das marcas, existem temáticas que protagonizam a festa, que são anunciadas com muita antecedência para que todos consigam preparar as produções sempre muito elaboradas.
O tema de cada ano diz não só sobre o dress code do baile, mas é também o foco da exposição anual que o museu apresenta e que é aberta ao público dias depois da grande inauguração. Estilistas como Alexander McQueen, Rei Kawakubo e Miuccia Prada já foram homenageados e temas sempre contemporâneos como tecnologia e a relação da Chinacom a moda, foram abordados na curadoria.
No ano de 2018 a exposição foi intitulada como “Corpos Celestes – Moda e a imaginação católica”, na qual será celebrada a relação entre o vestuário e o catolicismo. Para abrilhantar ainda mais o acervo exposto, o Vaticano cedeu algumas de suas peças icônicas que ficarão em uma ala especial do museu. Junto desses trajes, criações de grandes estilistas e alguns dos looks usados pelas celebridades durante a festa também ficarão disponíveis para a contemplação do público.
Exposição Corpos Celestiais – Moda e a imaginação católica.
O baile desse ano, que contou com uma apresentação cheia de referências da rainha Madonna, foi considerado o maior desde a criação do evento. No tapete vermelho passaram looks marcantes como o da Rihanna de Maison Margiela, Lana Del Rey, Jared Letto e o estilista Alessandro Michele de Gucci, Francis Mc Dormand de Valentino, Sarah Jessica Parker de Dolce and Gabanna e a rapper Cardi B de Jeremy Scott.
O grande motivo que faz o MET Ball ser o evento de moda mais prestigiado no mundo, é exatamente a liberdade em que os estilistas e artistas possuem para criar seus looks , questionar, discutir, protestar e despertar o interesse do público por temas tão pertinentes. Celebridades que acabam não se adequando muito a temática, como as modelos Gisele Bündchen e Kendall Jenner, acabam ofuscadas por personalidades como a atriz Lena Waithe que carregou consigo a bandeira do movimento LGBTQ e a cantora Katy Perry que vestiu asas angelicais enormes.
Madonna de Jean Paul Gaultier
Rihanna de Maison Margiela
Alessandro Michele, Lana Del Rey e Jared Leto de Gucci
Francis Mc Dormand de Valentino
Sarah Jessica Parker de Dolce&Gabanna
Cardi B de Jeremy Scott
Gisele Bundchen de Versace
Kendall Jenner de Virgil Abloh
Lena Waithe de Carolina Herrera
Katy Perry de Versace
Mas apesar de toda a produção realizada em proporções bíblicas, poucas foram as celebridades que fugiram do óbvio. No tapete vermelho vimos muito ouro, muitas referências medievais, muitas figuras angelicais e muitos elementos do catolicismo. Tudo isso resultou em uma visão claramente histórica, mas também antiquada do tema.
Numa noite em que celebramos tendências e temáticas contemporâneas, faltou quem falasse de religião sob uma ótica que não fosse a do poder. Afinal, o imaginário passa não só pelos grandes Papas e santos, mas também pelos oprimidos e pelo sincretismo religioso. O destaque da noite vai para a atriz Zendaya, que em um look cheio de referências e pesquisa, homenageou a figura a frente do tempo que foi a santa Joana D’arc.
Zendaya de Versace
Elisa Santiago é Designer de Moda, Stylist e uma eterna amante das ruas e das artes. Acredita na roupa como elemento de fala e empoderamento. É quem está por trás do @tens_razão.
O ano de 2017 foi marcado por muitas mudanças e retornos no mundo da moda. As grandes marcas definitivamente firmaram o diálogo tão necessário com as ruas e com o imaginário de seu público! Dentre as etiquetas mais influentes, a Gucci exerceu o papel de instigar os sonhos nas pessoas com maestria!
O estilista Alessandro Michele que comanda a marca desde 2015, trouxe a tona um universo de escapismo em referências bem vintage e com peças que mais parecem ter saído do armário de nossas avós! E tudo isso no melhor sentido possível!
Além da mágica que fez com as roupas, Michele escolheu um time de peso para construir esse universo. Através da direção de imagem, da fotografia, dos vídeos e do styling, figuras como Petra Collins, Glen Luchford e Christopher Simmonds contribuíram com campanhas marcantes e importantes para o momento atual da moda!
Dos trabalhos desenvolvidos pela Gucci em 2017, destacam-se dois bem relevantes! O primeiro foi a campanha outono-inverno 2017/18 que teve como tema central os filmes de ficção científica! Através de abordagens inicialmente bizarras, mas muito presentes no imaginário popular, como essa, Michele dialoga de forma divertida tanto com antigos consumidoras da marca, como com o público jovem e antenado.
Já a segunda e mais recente campanha de verão 2018, o estilista se uniu ao artista espanhol Ignasi Monreal para desenvolver pinturas digitais com referências a obras clássicas e assim criar um universo surrealista e irresistível!
Michele junto da Gucci abriu portas para uma moda mais sonhadora e resgatou a ideia de que as roupas também podem falar de um universo mais lúdico em meio ao caos da realidade.
Elisa Santiago é estudante de Design de Moda e uma eterna amante das ruas e das artes. Acredita na roupa como elemento de fala e empoderamento. É quem está por trás do @tens_razão.
Que tal ficar por dentro dos destinos que serviram de inspiração para as criações da poderosa grife italiana Gucci? A partir de setembro, os fashionistas e loucos por viagens poderão conhecer todos os locais especiais onde há uma conexão cultural com a marca. O novo projeto é dedicado a quem procura o inesperado em viagens e experiências.
No app da Gucci, será lançada a plataforma Gucci Places, cujo objetivo é mostrar aos fãs da marca quais as cidades inspiraram suas coleções ao longo dos noventa e seis anos de vida.
O primeiro destino a ser mostrado pelo Gucci Places será Chatsworth, propriedade histórica localizada em Derbyshire, Inglaterra, onde a Gucci atualmente está apoiando uma exposição de roupas e objetos intitulada House Style. O mesmo local também serviu como locação para a campanha publicitária Gucci Cruise.
Os serviços de localização geográfica alertarão os usuários do aplicativo para a proximidade de um lugar considerado inspirador para Gucci. Simplesmente amei esse novo projeto da Gucci!!!!
Eu já baixei o app e vou testar a plataforma na minha próxima viagem! O que será que vem por aí? Aposto que só lugar bacana!
Bianca Cobucci é Defensora Pública, Mestre em Políticas Públicas e coordenadora do Projeto Falando Direito; Autora do blogTeoria da Viagem. Escreve sobre os direitos do consumidor relacionados à viagem e turismo, bem como sobre os países e lugares que já que visitou.
O futuro quando retratado nos mais variados filmes, vem sempre acompanhado de feitos mirabolantes, carros que voam, e roupas prateadas. O que não paramos para pensar, é que esse futuro tão estimado nas ficções científicas já está acontecendo à nossa volta. Nem sempre com maestria cinematográfica, nem sempre nos beneficiando, mas nos envolvendo e despertando os mais diversos questionamentos sobre a vida em comunidade e a relatividade do tempo.
Na moda, a temática acerca do porvir é frequente e está cada vez mais ligada à maneira como consumimos. Exemplo disso é o sistema See Now, Buy Now(já falado por aqui), em que peças apresentadas nas passarelas podem ser adquiridas minutos depois do desfile, através da internet. Nesse ritmo, a Gucci de Alessandro Michele, saiu na frente, literalmente, e desenvolveu em parceria com o site de compras Farfetch, o projeto F90, no qual a cliente pode obter uma peça em sua casa em até 90 minutos, numa espécie de delivery. O serviço já está disponível em 10 cidades do mundo, incluindo São Paulo.
Em contraponto a essas grandes mudanças no momento de se consumir roupas, a forma como digerimos as informações de moda também está passando por modificações relacionadas ao uso da tecnologia. Nas fashion weeks em todo o mundo, é fácil notar que os espectadores dos desfiles, não andam mais “desacompanhados”. Os celulares e tablets tomaram conta da “fila A”, e registrar sua presença virtual em eventos como esses, se tornou mais importante do que de fato assimilar as diversas referências passadas ali.
Plateia tira fotos com seus telefones celulares durante o desfile da estilista peruana Claudia Jimenez, no Lima Fashion Week, no Peru
A ciência de ponta possui uma infinidade de funções no universo da moda, seja para nos distrair de determinados objetivos, ou nos aproximar dos processos que envolvem a área, como é o caso do segmento esportivo que utiliza do high-tech para criar peças que melhorem a performance do usuário e a funcionalidade da roupa.
Os aplicativos também são ferramentas que facilitam nosso dia-a-dia e podem nos auxiliar no momento de escolher o que usar, ou em treinos de corridas. Esses dois exemplos em questão podem ser ilustrados pelo app Stella, que tem como função dar consultorias de estilo de acordo com o contexto do usuário, e pelo app Nike+ Run Club, que atua como um parceiro de exercícios, desenvolvendo treinos personalizados e pontuando a performance do atleta.
Aplicativo Nike+ Run Club
A tecnologia se faz presente em nossas vidas todos os dias e de uma forma cada vez mais efetiva. Ponderar seu uso, ainda é um passo analógico e que deve ser repensado diariamente. O equilíbrio entre o palpável e o virtual se faz necessário para que o futuro siga acontecendo de forma high-tech.
Elisa Santiago é estudante de Design de Moda e uma eterna amante das ruas e das artes. Acredita na roupa como elemento de fala e empoderamento. É quem está por trás do @tens_razão.