Fresca? Não! Bem criada.

Tag: Paris

14
set

Onde a moda encontra a rua

Você conhece aquela expressão “como unha e carne”, que usamos quando nos referimos a pessoas que são muito próximas? Pois bem, é dessa forma que podemos definir a relação entre moda e rua.

Esse amor antigo surgiu por volta da década de 60, passou pelos guetos de Nova York anos mais tarde e perdura até os dias de hoje, servindo de inspiração para os estilistas mais badalados e para nós, pessoas (in)comuns, a procura de novidades. fashion1Uma onda de liberdade nos anos 60 mudou para sempre a relação dos jovens com a moda. Influenciados pelas obras do movimento Beat, a juventude passou a trocar os bares e pubs dos anos 50 pelas ruas e uma nova consciência de consumo começou a surgir.

O mercado, sempre atento às grandes mudanças, passou a produzir roupas diretamente para o público mais novo. Foi a primeira vez na história em que o vestuário jovem se desvinculava do adulto. A moda passou a acompanhar a movimentação das ruas –  a onda pacífica no final da década – e, principalmente, passou a entender que se vestir estava cada vez mais associado ao comportamento de cada pessoa.
fashion2Exemplo de toda a revolução sessentista das ruas: a mini saia. A peça até hoje é enxergada como símbolo de contestação e empoderamento.

Outro acontecimento importante na época, que consolidou de vez a relação moda e rua, foi a abertura da loja de Yves Saint Laurent, na Rive Gauche (margem esquerda do rio Sena-Paris, região marcada por forte cena boêmia e frequência de intelectuais). Até então, tal estilista se comunicava apenas com a parte burguesa e conservadora da cidade, de forma que, ao propor um diálogo com uma moda mais popular, consagrou-se de vez como artista, criando o icônico vestido Mondrian e propondo o smoking como peça do vestuário feminino.

Na década seguinte, o cenário muda e temos Nova York dividida em cinco bairros e uma grande repressão da classe trabalhadora que vivia nos guetos. Como forma de resistência, cada uma das regiões afetadas (Brooklyn, Harlem, Bronx) encontrou na forma de vestir uma identidade que as diferenciava do restante da sociedade. Junto a esse empoderamento através do estilo, surgiam as primeiras batalhas de rap, o break dance e toda a cultura negra que veio a se tornar o hip hop.
fashion3O clássico estilo das ruas em 1983. Foto: Jamel Shabazz

Os anos 80 vieram para consolidar esse movimento. Grupos como RUN-DMC passaram a fazer sucesso nas rádios, com suas letras que cultuavam modelos de tênis Adidas e outras marcas de luxo da época. Nesse momento, surgia a forte relação entre a publicidade e a música, o que afetou a moda. Dali em diante, as grandes grifes passaram a ser indiretamente difundidas por artistas negros e de origens humildes.

Esse fato, consequentemente, revolucionou o perfil do público consumidor e democratizou o status que suas peças transmitiam. Além disso, a cultura hip hop foi pioneira na parceria entre marcas esportivas conceituadas e não atletas.

Ao longo dos anos que se passaram, a rua ficou entendida como local de revolução e contestação. A roupa, símbolo do tempo em que está inserida, se tornou a armadura para quem ali estivesse. O hip hop abriu espaço para que, nos anos 90, outras culturas chegassem ao asfalto e falassem sobre seu ponto de vista.

fashion4Chanel Verão 2015 levou, literalmente, as ruas para a passarela. Foto: IMAXtree

Com a internet acessível para as massas, variados estilos e perfis que se encontravam nas ruas começaram finalmente a se misturar. Uma pessoa que, antes, pertencia a um único movimento, hoje leva consigo referências de diferentes culturas, gostos e locais.

A moda de rua, que agora chamamos de Street Style, ganhou espaço no universo fashion, adentrou as passarelas, inundou os blogs e afirmou em alto e bom tom que veio para ficar.

Onde a moda encontra a rua, uma revolução acontece.

Elisa Santiago é estudante de Design de Moda e uma eterna amante das ruas e das artes. Acredita na roupa como elemento de fala e empoderamento. É quem está por trás do @tens_razão.

12
jul

Desfile Ralph & Russo na Semana de Alta-Costura de Paris – Outono/Inverno 16/17

Na semana passada o mundo da moda esteve com os olhos voltados para a Semana de Alta-Costura de Paris, onde grandes nomes apresentaram suas coleções para o Outono-Inverno 16/17.

E hoje trago o que, na minha opinião, foi o desfile mais lindo (além de ter sido um dos mais aguardados também), o da grife Ralph & Russo.

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Os destaque foram as flores em aplicações e estampas, babados, tecidos fluidos e tons delicados. Uma coleção romântica, minuciosa e rica.

Vamos ver?

Capas
Grande aposta da marca, as capas transitaram em toda a coleção, desde tecidos fluidos, quanto os mais estruturados.vestidos-desfile-ralph-and-russo-10 vestidos-desfile-ralph-and-russo-11 vestidos-desfile-ralph-and-russo-4 vestidos-desfile-ralph-and-russo-1 vestidos-desfile-ralph-and-russo-2 vestidos-brancos-desfile-ralph-and-russo-9 vestidos-brancos-desfile-ralph-and-russo-10

Transparências

As transparências foram trabalhadas com perfeição, utilizadas em rendas, tules e aplicações.vestidos-brancos-desfile-ralph-and-russo-1 vestidos-brancos-desfile-ralph-and-russo-3 vestidos-brancos-desfile-ralph-and-russo-8 vestidos-brancos-desfile-ralph-and-russo-11 vestidos-brancos-desfile-ralph-and-russo-12 vestidos-desfile-ralph-and-russo-6 vestidos-desfile-ralph-and-russo-7 vestidos-desfile-ralph-and-russo-13

Branco
Noivinhas de plantão, o branco foi um dos destaque do desfile. Muita inspiração por aqui!vestidos-brancos-desfile-ralph-and-russo-4 vestidos-brancos-desfile-ralph-and-russo-5 vestidos-brancos-desfile-ralph-and-russo-2 vestidos-brancos-desfile-ralph-and-russo-6 vestidos-brancos-desfile-ralph-and-russo-7 vestidos-brancos-desfile-ralph-and-russo-13

Volume
Tecidos volumosos, texturas e babados também marcaram presença nas peças. É interessante notar que, mesmo criando volume, a peça não perde sua delicadeza e feminilidade!vestidos-desfile-ralph-and-russo-19 vestidos-desfile-ralph-and-russo-20 vestidos-desfile-ralph-and-russo-12 vestidos-desfile-ralph-and-russo-15 vestidos-desfile-ralph-and-russo-3

Uma coleção bem clara e leve, por se tratar de Outono/Inverno, concordam? Simplesmente divino!

28
jan

Noivas de Ralph & Russo Couture | Primavera/verão 2016

Ralph & Russo é uma marca de de itens de luxo e alta costura cada vez mais respeitada no cenário fashion-glamourouso-internacional. Foi a primeira marca britânica a ser eleita pela Chambre Syndicale de la Haute Couture para mostrar sua coleção no calendário oficial da Paris Haute Couture Week, ao lado de marcas como Chanel, Dior e Valentino.

Conhecida por todo o seu glamour, peças ricas e estruturadas – embora a fluidez sempre esteja presente, na última temporada de desfiles, que aconteceu no último dia 25 de janeiro de 2016, a marca apresentou noivas modernas, elegantes e muito antenadas.

Achei super bacana algumas propostas do desfile para serem usados num casamento civil, num noivado, ou até num segundo casamento, digamos, mais discreto, ou para uma noiva mais madura. São eles alguns dos primeiros vestidos vistos abaixo.

A top brasileira Isabeli Fontana foi escolhida para vestir (e arrasar com) o icônico e sempre muito aguardado vestido (principal) de noiva Ralph & Russo, nesta temporada da semana de alta costura parisiense! Nunca se perde por esperar por um Ralph & Russo!!

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09
maio

Terraços urbanos (Roof Top Gardens)

Como sempre gosto de fazer, iniciei minhas buscais virtuais em torno dos hoje tão aclamados roof top gardens, como são originalmente conhecidos, ou, entre nós, os terraços urbanos, pois não é de hoje que me chamam a atenção esses espaços nos filmes passados nas grandes cidades como Paris, Nova York, Hong Kong, e mesmo, São Paulo, Rio, ou qualquer outro lugar que tenha um espaço privilegiado como este.

Ao iniciar minha pesquisa, caí num post que já tratava especificamente disto, no Casa Trés Chic, outro blog que adoro e que vira e mexe visito. As meninas fizeram um apanhado tão legal que não ousei em inovar, e me apropriei das imagens (com os devidos créditos!).

Os charmosos terraços urbanos são espaços incríveis que permitem lindos jardins, lareiras, sofás, foutons, espreguiçadeiras e mesas de todos os tipos. Vejam que visual para um lindo jantar, um fim de tarde regado a #bonsdrinks ou alegres e elaborados almoços! É muito glamour! TRÈS CHIC!
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08
out

Para ir: Au Bon Vivant (restaurante francês em BH)

Há algumas semanas eu fui conhecer o tão aclamado, festejado e relativamente novo francesinho da cidade: o Au Bon Vivant. Já tinha ouvido falar (muito bem, por sinal) e ele foi um dos indicados da Veja Comer & Beber 2014 como o melhor restaurante francês da cidade. Já tinha motivo suficiente para de fato conhecer o lugar.fotoEra uma sexta-feira e, como não tínhamos feito reserva, decidimos ir bem cedinho. Saímos de casa 19 e pouco e pensamos: “bem, não tem erro. Está cedo”! Ledo engano! Lá chegando, fomos a última mesa a ser ocupada pelos que não reservados. Vejam bem: chegamos numa sexta-feira, antes de 19:30 :0  Qualquer “meia pessoa” que chegou depois de nós já esperou alguns minutinhos para entrar. Está certo que a espera, no charmoso terraço do estabelecimento, com a companhia de um bom vinho francês, uma lua espetacular de companhia (como foi o caso nesse dia), não é lá um grande sacrifício.

O ambiente é extremamente aconchegante, luz baixa (o que acho iiiiiiiiindispensável), música boa e em boa altura e temperatura agradável.
foto (1)foto (7)foto (8)foto (4)Fomos recebidos pelo Phillippe, que logo se desculpou pela demora em nos trazer a carta de vinhos (demora de 3 minutos. no máximo! Outro níve, né). O Philippe (francesinho muuuuito simpático) conheceu a Silvana Mata Machado, sua esposa, e responsável pela cozinha do restaurante, em Paris. Depois de casados, decidiram vir para o Brasil e abrir um bistrô por estas bandas. Foi aí que tudo começou!
foto (16)Mas continuando, fomos muitíssimo bem recebidos, contextualizados e realmente nos sentimos muito bem. Esta recepção, na minha opinião, já faz toda a diferença para o desenrolar da experiência.

Para início dos trabalhos, uma cestinha de pães com geleias, patês e manteiga. Amo, amo e amo! Sem mais! E já um bom vinho para acompanhar. Aliás, a carta, naturalmente de vinhos franceses, há uma boa cartela de opções, tanto gustativas, quanto financeiras. Muito bom!foto (14)Para os pratos principais, pedimos camarões flambados no pastis e peito de pato ao molho de laranja. Gente, pensem numa viagem gastronômica?!? Cada garfada era um suspiro. Uma textura espetacular, apresentação incrível e um sabooooooooooor in-des-cri-tí-vel. Sério! Sabe quando a gente termina o prato e fica falando dele por meia hora? Foi assim! E no caso, meia hora sobre CADA prato! foto (10)foto (11)Fora isso, o cardápio tem um tamanho legal – nem pequeno nem grande demais. Os grandes demais me irritam sobremaneira. E os pequenos idem, especialmente considerando as minhas trocentas restrições alimentares. Ah, e uma coisa muuuito legal do cardápio é que, em frente a cada prata, já ficam algumas sugestões de vinhos para harmonização. Como há pessoas que não têm paciência de ficar discutindo o bouquet do vinho com o maitre, taí uma ótima saída que facilita a vida de muita gente.Normalmente não sobra espaço para a sobremesa (a família diz que cisco, não como, o que não é consenso..rs), mas neste dia pedimos. Na verdade, o maridão pediu e eu cisquei provei. E claro… creme brullée! Que apenas fechou com chave de ouro toda aquela maravilhosa sensação gastronômica.foto (15)Hoje, passados alguns dias que conheci o Au Bon Vivant, eu me lembro com cada vez mais satisfação o quanto foi legal estar ali. Tudo fluiu bem e literalmente harmonizou! Recomendo fortemente por aqui (pois já o fiz pra Deus e o mundo pessoalmente).

Aqui embaixo mais algumas fotos, agora oficiais, do restô.vitrineentradasala01lojafachadaterracoO resturante fica na Rua Pium-I, 229, no Bairro Cruzeiro. TEM que ir!