Oi pessoal! Gostaria de agradecer as manifestações de carinho e comentários que tenho recebido de quem esta me acompanhando e me descobrindo por aqui. Tem sido um desafio muito prazeroso e a cada dia que passa eu tenho me inspirado ainda mais em tentar trazer um pouco do meu mundo e da fotografia pra vocês.

Num dos últimos posts prometi que daria umas dicas para darem um up nas suas fotos, seja com a Câmera x Celular lembram?

Gosto e sempre opto por ensinar meus alunos, amigos e quem sempre me procura com alguma dúvida da forma que eu gosto de absorver:  objetivo, direto então tentarei ser breve e prático.

E pra variar, uma pincelada de introdução para chegarmos onde eu quero que vocês entendam.

Se tratando de imagens, estamos trabalhando com um dos sentidos mais importantes que nos temos, a visão.

Assim como todos os sentidos são interpretados pelas informações que recebemos, por exemplo, a audição processa ondas sonoras, o olfato glândulas aromáticas, na visão o nosso cérebro opera interpretando imagens e fazendo “leituras”.

Essas palavras que você esta lendo são nada mais do que letras (pequenas imagens com formas) que em conjunto e sintonia com as demais formam uma palavra e somada com mais um conjunto de palavras formam as frases, os textos, livros, bíblias, textão no face (rs) e etc que compõem um contexto da mensagem que é passada.

Aprender a ler nada mais é do que reconhecer essas pequenas imagens que nosso cérebro já classificou um significado. Com a fotografia é a mesma coisa

Ao ler uma imagem, o cérebro busca por formas e formatos que sejam identificáveis para ele. Quando mais fácil, obvio e real o contexto da imagem mais amigável ele a interpreta e até compensa com uma mensagem de admiração, é assim que recebemos elogios, likes e seguidores por uma fotografia e/ou nosso trabalho.

Nós do ocidente, sempre fazemos a leitura de da esquerda para a direita e isso é fundamental quando decidimos o que e como compor uma imagem, mas essa técnica já é um pouco mais avançada e isso nós veremos no próximo post.

Agora você vai aprender a dar estética para seus registros.

A primeira que eu acho fundamental é uma regra da engenharia, respeitar a linha do horizonte, o plano.
É preciso estar plano para construir qualquer coisa, inclusive uma imagem.

E pra exemplificar nos vamos la para o Canadá e um pulinho em Chicago pra uma aula outdoor. Que chique hein…rs

Dicas de fotografia com esse requinte todo só aqui no Anita Bem Criada, viu, gente! 😉

Então!

Você pode não notar na primeira impressão porque obviamente se trata de uma imagem cheia de cores, a paisagem é linda e isso chama imediatamente chama mais a atenção, mas o seu cérebro certamente já esta desconfortável com a inclinação no horizonte. A não ser que seja consciente, as suas fotografias devem respeitar o angulo de inclinação, ou seja 0 grau!

Portanto, a imagem abaixo não tem uma estética aceitável, a não ser que você queira além de derrubar o “Inukshuk” da English Bay em Vancouver (essa escultura de pedras empilhadas) entornar todo o Oceano Pacífico sobre essa cidade maravilhosa e causar um tsunami.b7

Mudei de ideia, agora eu quero que o Oceano suba a Grouse Mountain.

b8E o ciclista ali coitado, que ladeira pra subir. Vejam  a colega dele até desistiu e já está empurrando a bicicleta. rs

Lebram do sentido de leitura? No nosso caso, da esquerda pra direita?

Pois é, para o nosso cérebro e percepção, esse sentido de direção é fundamental pois define se algo sobe ou desce, se esta indo para frente ou para trás, para baixo ou para cima.

Agora que você esta atento a esse tipo de coerência percebe que é muito mais fácil lidar com o oceano da forma que você o vê, respeitando as leis da física e sem dar esforço para ninguém(inclusive seu cérebro) a imagem fica agradável, logo bonita!b9

English Bay, Vancouver – Canadá

Camera: Canon EOS 6D  Lente: EF 28-70mm 2.8

Distancia focal: 50mm – Abertura: f/8 – Velocidade: 1/125 – ISO: 200

Notem que agora há até um charme na moça empurrando a bicicleta tranquilamente.

Acontece que em imagem com a linha do horizonte torta, o cérebro tenta compensar mas não consegue, e dá uma confusão danada lá na circuitaria neuronal que já está preestabelecida com alguns padrões. E como não é conveniente para ele, é enviado uma mensagem de (tá chato isso) e lá se foi uma paisagem incrível ser desperdiçada ou não ter os likes, comentários ou admiração que você acha que valeria.

Sem contar nos colegas reguladores de internet que irão te criticar.

O mesmo conceito vale para linhas verticais.b10

Camera: Canon EOS 6D  Lente: EF 70-200 2.8 USMII

Distancia focal: 200mm – Abertura: f/13 – Velocidade: 1/400 – ISO: 500

Imagina o prejuízo de todos esses carrões ali despencando deste estacionamento em Chicago.

Exceto que você esteja na Torre de Pisa um prédio torto é confuso demais pra nossa cabecinha.

Não desperte essa agonia nos espectadores de suas fotos.

Agora é com vocês. Mesmo que haja uma inclinação leve no seu registro até que você calibre essa percepção ela pode ser concertada tranquilamente em softwares, celulares, apps e até mesmo no Instagram se for o caso.b10

Galeria do Iphone (IOS)

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Ajustes do Instagram

Agora que essas dicas deram uma “alinhada” podemos falar de “Composição”.

Mas só no próximo post.

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“Fotografia é como um texto. É um conjunto escolhas onde a decisão da informação que quer passar e como transmitir depende delas.”

Um abraço pra quem fica e boas fotos pra quem clica.

Roberto Benatti é fotógrafo Profissional especializado em fotojornalismo, moda, casamentos e still. Certificado pela Canon College Brasil e Canon Live Learning em San Francisco, com diversos trabalhos publicados em jornais, revistas, capas de revistas, especiais, sites e blogs. Também é Videomaker, Músico e agora colunista. Considera impagável ter a liberdade como estilo de vida e não gostava de viajar até sair do país pela primeira vez.